assim me trazes às palavras, com este presente de tanto nas asas do sentir,
em que
"se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc., que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à web.
quem recebe o “prémio dardos” e o aceita deve seguir algumas regras:
1. - exibir a distinta imagem;
2. - linkar o blog pelo qual recebeu o prémio;
3. - escolher quinze outros blogs a que entregar o prémio dardos. "
("day comes up sicker than a cat something's wrong that is that
mr. somewhere missing somewhere never did figure just how much
a boat from the river takes you out 'cross the other side of town, to get out, to get out you take the tide, any tide, any tide like there isn't gonna be any tide
mr. somewhere missing somewhere never did figure just how much missing somewhere never did figure just how much
a world like tomorrow wears things out it's hard enough to get what's yours for now and the hardest words are spoken softly softly look, no hands upon
nr. somewhere missing somewhere never did figure just how much missing somewhere never did figure just how much
now the milkman beats you to the door that was once a home, home no more
mr. somewhere, missing somewhere couldn't get the calendar to stop missing somewhere, never did figure just how much missing somewhere, never will admit just how much ")
. suicide watch is an intensive monitoring process used to ensure that an individual does not commit suicide.
.
..
eu estava sentada a seu lado, um lugar de sofá no meio das duas, a minha mão a transpô-lo, pousada sobre o seu ombro, fazendo festas até onde chegavam meus dedos, querendo quase entrar por sua pele para chegar dentro, fundo onde lhe gritavam as vozes que não ouvia eu, que não ouvia ninguém senão ela, que lhe ensurdeciam o falar e lhe emudeciam o ouvir; e por isso o toque, o tentar do toque, o toque desesperado por chegar dentro, dentro até que minhas mãos tapassem a boca a essas vozes injustas e mentirosas que empurravam aquela alice de cabelo de fogo para o buraco mais fundo de si, longe de tudo, de todos, longe de tudo o que é vida na vida.
" you see..
i wasn't supposed to be alive by friday......"
disse-mo em murmúrio,
como quem fala do que é certo,
sem caminho de regresso.
um segredo que me confiava como quem confia tudo.
e eu tive vertigens de sua morte planeada.
...
falava-me por entre os soluços que lhe rasgavam o respirar, sem nada mais que não o negro da côr imensa de si, esse escuro de facas afiadas e comprimidos engolidos por anos de injustiça, desamor, desconsolo.
e eu pensei pensei que não é justo.
a balança a tornar-se mais e mais desigual a cada dia e nós sem saber, sem saber o peso de cada hora.
o peso de não saber-se de si.
de perder-se, deixar de ser-se esse tudo que se é.
e tão fácil, a queda.....
frente a meus olhos caía, e eu sabia que ela caía de olhos fechados, cerrados como punhos, e assim se deixava ir, sem responder a ninguém, sem levantar a cabeça para olhar-nos, já, sequer, nada de si senão aquele corpo de menina por si mesma abandonada e aquele choro angustiante, sufocante, sumido, a contaminar-me o sangue de tristeza e revolta.
inadmissivel não pegar nas mãos de quem nelas segura seu próprio presente e levantá-las até que veja, saiba, sinta tudo o que é, pode ser, sempre, a cada dia, cada minuto, ainda, sempre, a vida.
querer abaná-la e dizer pára, pára as vozes, pára tudo o que te atormenta, mergulha para fora de ti se preciso for que te agarramos, nós agarramos-te, só não vás. não assim. não antes de tanto de ti.
mas ela menina, enrolada em si mesma, pequenina pequenina, pequenina de medo e tão adulta de dor...
medo de quebrá-la, quase... cuidar como se, porque, pássaro de asas partidas. alimentar. ser guarida. dar descanso. sem paredes brancas, médicos ou vozes estranhas. sem o medo de nada. sem o nada lá fora. sem curso de nada para além do sentir. nada senão cada momento. agora.
na quietude da noite dormiu como quem se entrega ao descanso dos braços de uma casa, amigo, porto de abrigo.
na luz meiga do dia pegou-me pela mão e levou-me por seu labirinto de árvores entrelaçadas em nós enferrujados de memórias escuras e flores murchas de seu próprio abandono, e pelo enevoado do medo consegui ver que olhava ainda para cá. para nós. dentro. olhava.
falei-lhe das luzes que alumiam o dia, das velas que se apagam para que possa vir a noite que descansa, apazigua, ameniza, serena...
if you knew that love can break your heart when you're down so low you cannot fall would you change?
would you change?
how bad, how good does it need to get?
how many losses? how much regret?
what chain reaction would cause an effect?
[that] makes you turn around,
[that] makes you try to explain,
[that] makes you forgive and forget,
[that] makes you change?
makes you change
if you knew that you would be alone, knowing right, being wrong, would you change?
would you change?
if you knew that you would find a truth that brings up pain that can't be soothed would you change?
would you change?
how bad, how good does it need to get?
how many losses? how much regret?
what chain reaction would cause an effect?
[that] makes you turn around,
[that] makes you try to explain,
[that] makes you forgive and forget,
[that] makes you change?
makes you change
are you so upright you can't be bent if it comes to blows?
are you so sure you won't be crawling?
if not for the good, why risk falling?
why risk falling?
if everything you think you know, makes your life unbearable, would you change?
would you change?
if you'd broken every rule and vow, and hard times come to bring you down, would you change?
would you change?
(...)
..
...
the end is not near, haleh bryan
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(imagem primeira: sue blackwell, alice through the looking glass imagem quinta: thespeak, thinking imagem nona: lachlan humphreys, change restantes imagens: haleh bryan música e letra: tracy chapman, change)
" menino doido, olhei em roda, e vi-me fechado e só na grande sala escura. (abrir a porta, além de ser um crime, era impossível para a minha altura...)
como passar o tempo?... e diverti-me desta maneira trágica e segura: pegando em mim, rasguei-me, abri, parti-me, desfiz trapos, arames, serradura...
ah, meu menino histérico e precoce! tu, sim! que tens mãos trágicas de posse, e tens a inquietação da Descoberta!
o menino, por fim, tombou cansado; o seu boneco aí jaz esfarelado... e eu acho, nem sei como, a porta aberta! "*
..
sei-me quem sou.
liberto-me.
assim.
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(*"libertação", de josé régio "do amor que não (imagens de um sentir)": fotografias nomeadas com/por seus autores no slideshow frase última de cecília meireles)
(" aprendi com a primavera a deixar-me cortar, para poder voltar sempre inteira. ")
a mim me trouxe aqui. foram sete, já quase sete anos, de emoções que baralham, confortam, seguram, baralham, levam avante, carregam, fazem temer, seguram, baralham, seguram, baralham. que aqui me trouxeram, em mim. com(o) a vontade de mais.
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é lindíssimo, este momento de tempo em que estou. esta vida que vivo agora. de acreditar, saber, o que. que sou feliz. sou (já) feliz. por muito e tanto. por tudo o que é em mim.
(it's beautiful here, this moment in time. as i close my eyes, the birds lull me to the truth in me: i am part of nature. i am the birds. i am the trees. i am the sea.)
vivo a vida que sei. a que me trouxe eu. que abro os olhos e conquisto e recebo o que é, por vontade, meu. "
..
(imagem primeira:do you believe it in your head, de michael vesen imagem segunda: integration of the soul. de autor desconhecido,sadly..)
" onde estás, pai, que me deixaste só a gritar onde estás? na angústia, preciso ouvir, preciso que me estendas a mão. e nunca mais nunca mais. pai. dorme, pequenino, que foste tanto. e espeta-se-me no peito nunca mais te poder ouvir ver tocar. pai, onde estiveres, dorme agora. menino. eras um pouco muito de mim. descansa, pai. ficou o teu sorriso no que não esqueço, ficaste todo em mim. pai. nunca esquecerei. " *
(ascending angel, kira perov**)
..
(* josé luis peixoto, in "morreste-me" **da instalação five angels for the millennium, de bill viola)
terça-feira, junho 03, 2008
" amor, vi morrer a flor. eu que trago água nos pulmões.
*
o vento ousa nos teus cabelos, esforço-me por segurar a última folha. "
(paulo josé miranda)
(haleh bryan, full moon)
..
deixei-te falar por entre o incenso da mágoa, cada minuto uma nuvem, cada palavra a cegar-nos o céu de olhar
- a vida presente a escolher ser livre, o toque do tempo o verdadeiro amar.
lá longe onde lutas a vida, o passado não te é raiz de pensar de pesar de não ser nunca mais pele o respirar.
...
e então falei-te devagar sem nada dizer.
ouvi cada bocadinho de céu, de olhos fechados e não, e disse-te
" há nuvens.
há nuvens mas não há-de chover. "
.
olhei cada palavra tua nos olhos com a paz inquieta que me trouxe o saber, saber, para além das noites que te sonham ainda, que nunca, nunca haverá um espaço um tempo um querer de nós.
a chuva deixou há muito de molhar-nos desejo ou lábios - não há já nem mesmo na chuva esperança ou verdade para um nosso amor.
e no entanto, no entanto, a dor-verdade, ainda, na alma da memória tua...
o coração que se encolhe a cada palavra, o respirar que me aperta contra minha vontade, contra a tua, contra a de toda essa gente que não esquece.
porque se não esquece afinal.
nem mesmo quando.
.
ouço-te assim (em) meu adeus.
parto eu "antes mesmo de partires".
parto nas tuas palavras sem que o saibas sem que o notes sem que me sintas partir.
pelo muito que há tanto deixaste de saber em mim.
..
e chove.
afinal chove...
como quem lava novos caminhos.
..
(" one two three four tell me that you love me more sleepless long nights that is who my youth was for
old teenage hopes are alive at your door left you with nothing but they want some more
oh, you're changing your heart oh, you know who you are
sweetheart bitterheart now i can tell you apart cosy and cold, put the horse before the cart
those teenage hopes who have tears in their eyes too scared to own up to one little lie
oh, you're changing your heart oh, you know who you are
one, two, three, four, five, six, nine or ten money can't buy you back the love that you had then
..
one, two, three, four, five, six, nine or ten money can't buy you back the love that you had then
oh, you're changing your heart oh, you know who you are oh, you're changing your heart oh, you know who you are oh, who you are
for the teenage boys they're breaking your heart for the teenage boys they're breaking your heart ")
de ser menina e olhar para ela. de ser mulher e por ela olhar.
..
e eu já descobri, sabes? nesta distante lonjura em que és tanto parte do que sou a cada dia, cada desafio, cada conquista de mim, eu descobri já, avó - eu descobri já quem sou.
e sei agora quem me é. quem me vive no sangue. em verdade. com verdade. (para) sempre.
sei saber por fim a força da família, nossa família, nossa coragem de justiça e carinho - essa tribo de apoio e sentir e de mães tantas que não só de seus filhos.
sabes?.....
sim, tu sabes. tu sabes mais ainda agora do que o tanto que soubeste sempre.
e sabes tudo de mim.
como cresci, eu.........
fiz-me mulher, avó.
aqui cheguei menina e daqui saio mulher.
e agora, agora, assim nos reconhecemos. eu e ela. eu e tua filha. eu e minha mãe. em amor, camaradagem, amizade.
ela, sim, que é grande. enorme.
tanto que se torna pequena para deixar passar a felicidade de quem.
tanto que me não embala o choro; minha mãe não me embala o choro que é sofrer teimoso...
..
combate-o.
minha mãe luta meus sentimentos por mim.
até me chegar a força que sou - que vem de ti, e dela, e de minha mãe de céu, e de, e de, e de.... -, minha mãe é quem me enfrenta o sofrer.
quando de novo me levanto, abraça-me e deixa-me ir. não me costura as asas, não me lambe as feridas, não limpa meus olhos de lágrimas maquilhados.
minha mãe faz-me sentir as raízes que me não abandonam e me não prendem nunca e solta-me ao vento. para que aprenda por mim o fundo das alturas. para que em mim saiba - seus olhos seguindo-me sempre de longe - que a felicidade minha tem de merecer-me tanto quanto eu a ela.
e abraça-me sempre, minha mãe. em respeito de sentir. sem julgamento ou prisão.
neste longe de toque, abraça-me minha mãe para além do que a não faço saber.
por isso hoje, hoje sobre_tudo, aqui na distância de seu celebrar, esta vontade de estar perto, chegar mais, dizer, fazer saber a essa Mulher que me é raízes e asas, me é exemplo (d)e amizade, me é força e vida de tanto, dizer-lhe, dizer-lhe com(o) eugénio,
" mãe, eu não me esqueci de nada."
...
vivo as memórias guardo o exemplo sou a força que é ela em mim quando lá quando aqui quando no mundo que for que me habita.
...
é dia de mães em minha terra de mar...
sem longe. sem longe nenhum.
contigo também e sempre em mim.
(imagem primeira: lord leighton, mother and child imagem segunda: lord leighton, mother and child (detalhe) imagem terceira: jean jansem, mère et enfanf imagem última: pablo picasso, mère et enfant)
vejo de cima a terra que amo tornar-se pequenina, mais e mais, até me caber na palma dos olhos, ser não mais que essa lembrança que me marca o ser(-me), força de gente e sentir, causa e recusa de inconstante chorar.
há caminhos desenhados lá em baixo. caminhos desejados que levam onde quis, soube querer, em sonho e vida, um qualquer outro (de) nós. que sonhamos, podemos, queremos. mesmo se, quando, às vezes também porque, esquecemos: somos sempre o que em nós próprios traçamos.
abril trouxe-me a força da vontade.
as papoilas de meu alentejo cantaram-me de côr a vida.
os amigos que família, família que amigos, marulharam-me o tudo que sou.
e eu sei eu sei que tudo é querer.
acordo-me dentro do sonho e desafio-me a escolher:
ganhar asas? voar para casa?
...
- ser humilde.
viver. "
...
" let me fall, let me climb, there's a moment when fear and dreams must collide
someone i am is waiting for courage, the one i want, the one i will become will catch me
so let me fall if i must fall, i won't heed your warnings, i won't hear them
all i ask, all i need, let me open whichever door i might open
let me fall, and if i fall all the feelings may or may not die
i will dance so freely, holding onto to no one, you can hold me only if you too will fall, away from all these useless fears and chains.
someone i am is waiting for my courage, the one i want, the one i will become will catch me
so let me fall if i must fall, i won't heed your warnings, i won't hear
let me fall, and if i fall - there's no reason to miss this one chance, this perfect moment -, just let me fall. "
..
(com um abraço forte de tanto à cláudia, amiga de tudo, que me amparou a queda de angústia nesta terra de saudade e me sempre lembra as asas as alturas a gana de meu voar em liberdade.)
..
(imagens, música e poema retirados do espectáculo quidam, pelo "cirque du soleil")
por esta janela que me abre (a)o escrever vejo e sinto os passáros que a meu lado voam. comigo. eu neles.
nessa outra, onde adormeço em estrelas e acordo na côr do dia, o canto de gaivotas trouxe-me já o mar em sorriso de acordar. o mar que provo também nos olhos quando mergulho em todas as memórias que solto neste espaço novo, algumas tão longe dos dias de hoje, fechadas nestes quadrados guardiões dessa vida a que regresso agora, só agora, um ano e meio depois, todo este tempo trancados para que a mim encontrasse, finalmente, eu, no que sou e sinto e vivo. sem nada mais. e tanto, afinal....
abro cada caixote como quem volta ao passado.
volto.
abro fundo esse tempo de antes e nele passeio sem rede ou volta marcada.
mas regresso sempre. regresso sempre a quem sou.
para além do que é não-saber.
vivo (n)a vida.
deixo que me viva.
sou e respiro o que voa (n)o tempo.
o que me trago eu nele.
(dreaming about wings, bogdan zwir)
..
" (...) não pensemos mais: esta é a casa:
tudo o que lhe falta será azul,
agora só precisa de florir.
e isso é trabalho da primavera. "
(pablo neruda)
(nesta casa nova de mim, é tão forte às vezes o vento nas janelas...
e é só só um segundo andar..
....
mas é bonito.
às vezes lembra-me a noite do mar.
como se perto da praia, quando fecho os olhos e respiro em mim seu marulhar.)
( " eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome - cores de almodovar, cores de frida kahlo, cores...
passeio pelo escuro - eu presto muita atenção no que meu irmão ouve; e como uma segunda pele, um calo, uma casca, uma cápsula protetora
- ah, eu quero chegar antes... pra sinalizar o estar de cada coisa, filtrar seus graus
eu ando pelo mundo divertindo gente, chorando ao telefone.. e vendo doer a fome dos meninos que têm fome
pela janela do quarto, pela janela do carro, pela tela, pela janela, quem é ela, quem é ela? - eu vejo tudo enquadrado, remoto controle....
eu ando pelo mundo e os automóveis correm para quê? as crianças correm para onde?
transito entre dois lados de um lado eu gosto de opostos... exponho o meu modo, me mostro
- eu canto para quem?
pela janela do quarto, pela janela do carro, pela tela, pela janela, quem é ela, quem é ela? - eu vejo tudo enquadrado, remoto controle....
eu ando pelo mundo e meus amigos.... cadê? minha alegria, meu cansaço?..
meu amor cadê você? eu acordei - não tem ninguém ao lado
pela janela do quarto, pela janela do carro, pela tela, pela janela, quem é ela, quem é ela? - eu vejo tudo enquadrado, remoto controle....
eu ando pelo mundo e meus amigos.... cadê? minha alegria, meu cansaço?..
meu amor cadê você? eu acordei - não tem ninguém ao lado
pela janela do quarto, pela janela do carro, pela tela, pela janela, quem é ela, quem é ela? - eu vejo tudo enquadrado, remoto controle.... " )