quarta-feira, maio 21, 2008

nos três anos destes marulhos...




um só humilde obrigada a todos vocês
que me lêem,
me partilham o viver.


convosco,
sigo a crescer.


em vossas palavras,
o cheiro a maresia
do sentir.


..



do ser.

















obrigada.


(for) so much more than you'd imagine...














(e a todos de quem não tenho imagens, e todos os outros que me lêem, me sentem, me guardam em si, em força e silêncio. @-,-'-)

segunda-feira, maio 19, 2008

(d)escrita(,) despida
















(leaving the storm behind, haleh bryan)






em blog de gente (des)conhecida que (me) escreve e emociona o viver,
"comento" em continuar de sentir,
como se minhas também as palavras suas.

que leio devagar,
cada palavra calcando,
marejando de olhar e saudade,
toda a memória vivida
- esse imenso não-futuro que me algema à verdade.




..



"comento".
como se personagem de seu sentir, também, eu.
tão e só.
nada mais.
nada de mim.





























(mistakes, haleh bryan)









.....








mas as palavras que desenho escrevem quem sou
com a azul precisão de quem marulha um choro.


sem minha própria intenção.


eu que seguro ainda
- sem qualquer um enrolar de regresso -
meu novelo de pontas tantas de sentir.






em nenhuma delas o inventar a côr
no bordar de um berço de paz.

em nenhum momento
o sonho ou desejo
de chorar um caminho,
remar sobre a dor,
voltar atrás.




..






e ainda assim

as palavras,


vestígio(s) de enlace de pele:


















é onde que mergulho de novo
fundo
nos teus olhos?
























parece que me afogo...













































(after never, haleh bryan)


segunda-feira, maio 12, 2008

(in (between) life and dreams)








" so runs my dream, but what am i?

an infant crying in the night

an infant crying for the light

and with no language but a cry. "



(do poema "in memoriam a.h.h.", de alfred lord tennyson)






































...








guardo preso
engasgado
em luto de lembrança

o peso timbrado da vida doente
- essa toda irrealidade
de teus momentos finais
































...









assombra-me a saudade.











sufoca-me

o nunca mais.





















(imagem primeira: youth mourning, george clausen
imagem última:death in the the sickroom, edvard munch)


domingo, maio 04, 2008

a minha avó, em dia de mãe(s)





é dia de mães em minha terra de mar....



dia de sentir.

de ser menina e olhar para ela.
de ser mulher e por ela olhar.






..






e eu já descobri, sabes?
nesta distante lonjura em que és tanto parte do que sou a cada dia, cada desafio, cada conquista de mim, eu descobri já, avó
- eu descobri já quem sou.

e sei agora quem me é.
quem me vive no sangue.
em verdade.
com verdade.
(para) sempre.


sei saber por fim a força da família, nossa família, nossa coragem de justiça e carinho
- essa tribo de apoio e sentir
e de mães tantas
que não só de seus filhos.

sabes?.....

sim, tu sabes.
tu sabes mais ainda agora do que o tanto que soubeste sempre.

e sabes tudo de mim.


como cresci, eu.........


fiz-me mulher, avó.

aqui cheguei menina
e daqui saio mulher.


e agora, agora, assim nos reconhecemos.
eu e ela.
eu e tua filha.
eu e minha mãe.
em amor, camaradagem, amizade.


ela, sim, que é grande.
enorme.

tanto que se torna pequena para deixar passar a felicidade de quem.

tanto que me não embala o choro;
minha mãe não me embala o choro que é sofrer teimoso...

..


combate-o.

minha mãe luta meus sentimentos por mim.

até me chegar a força que sou - que vem de ti, e dela, e de minha mãe de céu, e de, e de, e de.... -, minha mãe é quem me enfrenta o sofrer.

quando de novo me levanto, abraça-me e deixa-me ir.
não me costura as asas, não me lambe as feridas, não limpa meus olhos de lágrimas maquilhados.

minha mãe faz-me sentir as raízes que me não abandonam e me não prendem nunca e solta-me ao vento.
para que aprenda por mim o fundo das alturas.
para que em mim saiba - seus olhos seguindo-me sempre de longe - que a felicidade minha tem de merecer-me tanto quanto eu a ela.


e abraça-me sempre, minha mãe.
em respeito de sentir.
sem julgamento ou prisão.

neste longe de toque,
abraça-me minha mãe para além do que a não faço saber.






por isso hoje, hoje sobre_tudo, aqui na distância de seu celebrar, esta vontade de estar perto, chegar mais, dizer, fazer saber a essa Mulher que me é raízes e asas, me é exemplo (d)e amizade, me é força e vida de tanto, dizer-lhe,
dizer-lhe com(o) eugénio,

" mãe,
eu não me esqueci de nada."



...




vivo as memórias
guardo o exemplo
sou a força que é ela em mim
quando lá
quando aqui
quando no mundo que for que me habita.











...






é dia de mães em minha terra de mar...



sem longe.
sem longe nenhum.



contigo
também
e sempre
em mim.















(imagem primeira: lord leighton,
mother and child
imagem segunda: lord leighton,
mother and child (detalhe)
imagem terceira: jean jansem,
mère et enfanf
imagem última: pablo picasso,
mère et enfant)