terça-feira, fevereiro 24, 2009

amor de fuga







toda a noite me perseguiu teu cheiro.

entre sonhos de mãos mergulho e vôo,
lembrei quem sou, quem és, quem seremos nunca.

meu corpo estremeceu como se desmaio,
queda,
leveza de um todo ser.





murchei as paredes de tanto as evitar,
os punhos cerrados
os olhos na porta
à espera.


esperei-te ao canto de cada minuto.




fugi de mim
até de mim
baixinho
para chegar a teus braços.




o frio de minha parede cedeu
e perdi o amparo
de qualquer das casas de mim.



não foi a falta do lembrar
a falta do sentir
a falta do saber.

não.






deixei

de sonhar-nos.









(imagem de haleh bryan)