terça-feira, junho 23, 2009

porque ausente


deixei-me afastar das palavras.

sem quase o notar, perdida noutros lugares de encontro, partilha e mãos dadas, deixei resumir meu sentir a uma frase, às vezes duas, como se não houvesse um todo mundo de escrever, dentro, a pedir-me liberdade.

volta-se ao que se ama.
abrem-se os braços.
deixa-se entrar.

deixo que as palavras me cheguem às mãos, mas possuam, me possuam para que não pense, não pare, para que escreva até esquecer a vida sem escrita, sem mar de palavras, sem mim.

a elas volto para que me embalem o sentir nesta mudança de tanto que vivo cada dia em certeza de bem.


parto da terra que me adoptou e deu vida, carinho, em anos tantos de crescer.

e volto a casa.











volto ao que amo.
abrem-me os braços.
deixo-me entrar.









(imagem de haleh bryan)