(meu) país de gente e mar
" Tudo me prende à terra onde me dei:
o rio subitamente adolescente,
a luz tropeçando nas esquinas,
as areias onde ardi impaciente.
Tudo me prende do mesmo triste amor
que há em saber que a vida pouco dura,
e nela ponho a esperança e o calor
de uns dedos com restos de ternura.
Dizem que há outros céus e outras luas
e outros olhos densos de alegria,
mas eu sou destas casas, destas ruas,
deste amor a escorrer melancolia. "
(eugénio de andrade, canção breve)
...
vejo o caminho.
sei-o inteiro, e sei onde vai dar.
a que mar de terra e gente minhas.
medo da vergonha?
vergonha do medo?
o mesmo tremer do frio de entrar no mar
- a vida toda em desejo suspenso
no tempo esperado de meu mergulhar.
mais que rainhas e príncipes
trago na mala as fadas que me sabem as asas
em certeza, dignidade de sentir.
sou todos os que enterrei,
todos os que em mim nasceram
- tatuadas sementes de meu chegar e partir.
.
ouço(-me) no vento.
como se meu o nome que alguém.
como um chamar sonho à vida
que ninguém mais
ninguém mais
tem.
...
agora,
longe e perto,
tenta-se a humildade:
vive-se.
.
(imagem primeira: ana nicolau, autoretrato2007
imagem segunda: eduardo gageiro
imagem última: haleh bryan, dani-blue)
17 comentários:
...
deixa que eu pingue ;-)
xxx
Das raízes. Daquilo que nos estrutura, que sabemos nosso.
:)
(obrigada pela companhia hoje...para a próxima tentamos um programa mais atraente!)
:D lindo, como sempre!!
beijinho!
a humildade
a simplicidade
( como a humidade
flui ~
paira sobre
a barca do tempo
respiratória
e viva
de
vida :)
beijo
Olá nana!
Creio que já aqui tinhas postado esta foto da mão na areia, tenho quase a certeza de a ter visto e, pela data, parece que não me engano!
Talvez por estares longe te encontres mais nestas raízes que vais revisitando. Às vezes é preciso sair e ver de fora, para que depois saibamos deixar o mar salgado que vem e vai apaziguar-nos e consigamos reconciliar-nos com o que somos.
Beijinho
Stella
naveguei nas palavras interiores.
Querida Nana,
Como os teus marulhos fazem deste país algo de encantador!... mesmo se a tristeza também aqui se plantou em ti...
Por vezes, para o querer mais [a este mesmo país], penso que precisava de lhe fugir, assim.
[Beijo de regresso]
que o levasse
ao grande rio
e a seguir
o ondulasse
assim sem mar
((ali ficar
um nome havia
a meio leito
adormecido
gruta de peixe
água tecida
fio a pavio)
a murmurar
[ abraço
Longe ou perto? O que nos prende(talvez)são as memórias...que nem sabemos o quanto são exactas, se a elas, não for aliado o sentimento vivido (momentaneamente esquecido)...vivido...(...)
Aprecio os teus marulhares e partilhas. Gostei, particularmente, da foto do Eduardo Gageiro.
Beijinho.
São marulhos
senhora
Belos
a
b
r
a
ç
ooooooooooooooooooooo(
~
as raízes que o tempo não fecha
Olá
Que a felicidade esteja por aí.
E que tudo vá bem.
Manuel
Olá nana! Bonita celebração de marés :) bjs
lindo! :)
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