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segunda-feira, maio 19, 2008

(d)escrita(,) despida
















(leaving the storm behind, haleh bryan)






em blog de gente (des)conhecida que (me) escreve e emociona o viver,
"comento" em continuar de sentir,
como se minhas também as palavras suas.

que leio devagar,
cada palavra calcando,
marejando de olhar e saudade,
toda a memória vivida
- esse imenso não-futuro que me algema à verdade.




..



"comento".
como se personagem de seu sentir, também, eu.
tão e só.
nada mais.
nada de mim.





























(mistakes, haleh bryan)









.....








mas as palavras que desenho escrevem quem sou
com a azul precisão de quem marulha um choro.


sem minha própria intenção.


eu que seguro ainda
- sem qualquer um enrolar de regresso -
meu novelo de pontas tantas de sentir.






em nenhuma delas o inventar a côr
no bordar de um berço de paz.

em nenhum momento
o sonho ou desejo
de chorar um caminho,
remar sobre a dor,
voltar atrás.




..






e ainda assim

as palavras,


vestígio(s) de enlace de pele:


















é onde que mergulho de novo
fundo
nos teus olhos?
























parece que me afogo...













































(after never, haleh bryan)


sábado, abril 05, 2008

(em) descoberta








" i wonder if i've been changed in the night?
let me think. was i the same when i got up this morning?
i almost think i can remember feeling a little different.
but if i'm not the same, the next question is
'who in the world am i?'
ah, that's the great puzzle!
"

(lewis carroll, alice's adventures in wonderland)


















..






abrando o tempo.

o corpo obriga-me a olhar a alma.






olho quem sou

de olhos abertos.





não vou passar
perder
mais
(o) tempo
a esquecer
o que esquecer
nada trará.


por mais a dor de ir
sem poder deixar caixa,
água,
redoma.







sorrio à vida.


ao que nela existe
em verdade
e justiça.




lembro o que quero.

o que amo.



e sigo em frente.



con_tudo.


devagar.


sem correr.


sem correr mais.



sem correr senão para sentir no corpo
o vento que me sorri vida e mar.



sabendo
tão só
tão fundo
o tudo que me é embalo de voar.









































...












" 'everything's got a moral, if only you can find it'.
and she squeezed herself up closer to alice's side as she spoke. "


(lewis carroll, alice's adventures in wonderland)





(imagem primeira: day will come, de haleh bryan
imagem última de gundega dege)

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

"afin de ne pas vous blesser"













































é como cair sabendo que se cai sem fundo...



olho para baixo e (re)vejo a escuridão crua da certeza do nada,
rocha inebriada que ganhou medo ao mar...





e no entanto:


de mão dada, vou.



caio como quem voa, mergulhada de felicidade e equilíbrio, o corpo que deixa de ser meu ou nosso, deixamos esse peso e amamos como quem repousa da vida, às vezes de nós,
tatuamos as mãos de areia em noites de lua e entrega
- o sangue que pulsa,
a água que nasce.



amamos na fúria do medo,
na injusta certeza do amor,
tão menos tudo que a vida...



e amamos em vôo.


amamos em vão.


porque poiso nenhum para este voar.

e tudo é sonho, afinal.










asas inteiras,










corpo,










e(m) queda.
























sem o saber.



















entregue

ao silêncio
agudo
do cair.
















.















(silence, bogdan zwir)
























- minha asa castrada...


foi quando que em terra escolheste
ser água, barbatana e mar?


















































(reunited with her thoughts, haleh bryan)
















...











(imagem primeira, portrait, de haleh bryan)

sábado, janeiro 12, 2008

ano novo. (em) diário.






lisboa, 28 de dezembro de 2007



é natal e eu sou menina,
em minha terra de vida e força do que me é tudo.
porque a mim me sou nesta cidade de paz e confiança, sem máscaras, chuva negra, não-mar.


é natal e sou menina.
como quando meus todos avós eram vida, e nessa casa cheia de risos o natal era gente tanta. viva.


é natal e eu sou menina em minha terra de mar.
ando como nuvem, eco contínuo de paz, como se um enorme espanta-espíritos, em sons de lisboa, me guiasse o tom dos passos.

os sorrisos são abertos, são-me tudo, e há em cada corpo que aperto o sentir da vida que sou, a que regresso sempre, aqui, como se nunca (a) partida.

dos olhos de minhas novas infâncias bebo o saber de quem sabe nada e nada teme, e tem como seu-tudo o riso, o riso que enche de vida o espaço de quem esteja, que por sobre o presente nos embala o futuro em alegria criança. de existir.

é natal e sou menina.
com(o) eles.
neste todo tudo que lhes tenho, este sentir mais limpo de toda a vida.
mais do que.
tudo.


é natal em minha terra de sol.
conheço gente que me não conhecia, mesmo se tanto, já, entre nós, e o perto que somos tem o carimbo do amor a nossas raízes, também, das mãos que agarram a terra e a apertam até que se entranhe, até que seja tão verdade quanto o sangue que bebemos dos lábios que não beijamos nunca, e serão sempre desejo de outra vida, aventura (in)imaginável do que um dia, se.

evito os olhos que poderão prender (essa tão má tradução de nosso cativar...) e devolvo os meus ao mar, para que os renove, me tome, possua, me refaça,
menina,
uma outra vez.

visito lugares do passado, onde fui (essa) menina e tudo me era enorme, naquele quarto com malas e malas e mais malas e mais, côres de brilho e vida com que brincávamos a tantas mãos, quartos escuros de pó e recordações, vidas, vidas, onde entrávamos à descoberta de um passado que não sabíamos explicar, indecifrável magia de nosso brincar, o quarto dessa bailarina formosa, generosa, dança e vôo em palco de vida, que não saberia nunca que um dia nos choraria, antes demais, o tempo - este vazio de espaço dentro nos lugares em que faltará sempre mais que uma presença.
porque há dias em que poderia simplesmente chorar(-te), meu missing man.

.


sou presença nos amigos, alguns de há tanto, tanto tempo que quase nos não lembramos já da vida sem. e faço, (re)conheço novos, sei que juntos criaremos, nasceremos (em) momentos de partilha e sorriso, olhares que começam a saber ver-se e. como se espelho, realmente, o que.

juntamo-nos, gentes agora distantes, e somos um outra vez, nós, grupo de tantas histórias, tantos momentos, partilhados viveres de uma vida só.
a todos abraço forte, forte muito, porque o tempo escasseia e nós sabemos,
sabemos,
que a vida não é nossa para saber o amanhã.
vivemos hoje o que somos,
e juntos,
juntos,
somos força de amizade
em riso e noite
de lua e de nós.










natal.
eu menina, sentada em frente a este mar que me fala dentro e mistura em sua voz o marulhar das vozes morridas, (e)terna presença em meu espelho de olhar.


é natal e eu sou menina.

é natal em meus país de mar.










..









....










é como um (re)acordar....
regressada da cidade de mim,
que me viu nascer
e fez
- faz -
crescer,
acordo em quem sou com tamanho sentir que poderia chorar a cada passo que dou,
cada cheiro que (re)lembro,
cada enlace que guardo dentro,
marulhado de sonho (d)e vida.




que este ano
de imensos dias,
vos seja o viver de um dia,
um momento,
um sorrir,
sempre,
de cada vez.

a todos vocês
que me acordam (a)o sentir.

e a todos os que
sem o saber
no-lo fazem.
diariamente.






























" we are the music makers




and we are the dreamers of dreams. "
*








..





lembremo-lo.


a cada dia de nós.







* do poema Ode, de arthur o'shaughnessy
(imagens: traveler 48 at night, snowglobe, de walter martin e paloma muñoz
m.l.f., praia de carcavelos, dezembro.2007)

quarta-feira, agosto 15, 2007

ave nocturna



amámo-nos no escuro.


quando todos se ensonharam e o tempo foi nosso,
saímos dos aninhados cantos de vida e distância
e amámo-nos no que fomos.


guardei palavras e sentir
- todos eles,
todos juntos,
todos nós -
como se fossem um só
e esperei pelo fim do dia para tos entregar em nuez minha.
do que sou.


descobri o teu corpo,
cada milímetro,
como se numa primeira vez.
que não lembro.
que reinvento a cada toque
cada beijo
cada roçar de coração.


quando a manhã chegou com a verdade
voltei para longe de ti,
do que fomos,
do que somos agora,
em segredo nosso;
por nós mesmos omitido
ao que se entrega,
como se.


como se à noite,
só de noite
- desconhecida noite -
te amasse.
mais do que sou.
mais do que posso.
mais do que sei.

agora.

sábado, agosto 11, 2007

espinho (d)e rosa

























estou farta de não poder descansar o coração em ti.









(imagem: embrace, de robinson tuon)

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

o agora e a vida. agora.

porque é 8 de fevereiro
sim
hoje.

abre os olhos
à volta de ti.
deixa o que.

é tempo de.















....






(imagem: rebirth, de kevin j. gross)

quarta-feira, janeiro 17, 2007

"i think you better go ahead"













" Run for the hills before they burn
Listen to the sound of the world
Then watch it turn
but shake a little
Sometimes I'm nervous
when I talk
I shake a little
Sometimes I hate the line I walk

I just wanna show you what I know
And catch you when the current lets you go

Or should I just get along with myself
I never did get along with everybody else























I've been trying hard to do what's right
But you know I could stay here
All night
And watch the clouds fall from the sky "

(the killers, this river is wild)









....







(imagem: "emptiness", de lollipop)

segunda-feira, janeiro 08, 2007

é tão triste

sentir
que amigos
- que escolhemos
porque.
que mantínhamos
porque. -
falaram
falam
nas costas
de.

acima de tudo
dói
o olhar
que muda:
ou julga
ou ridiculariza
por preconceito
e
ou
ignorância
pura
e dura.


e depois
depois
admiram-se
do afastamento
de quem.

















......










["Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem "
(sophia)]













......





(imagem de: Noronha da Costa)