terça-feira, julho 25, 2006

à la hamlet

voltar à que é
agora
a minha terra

ou tentar
a terra
de mim?

eis a questão.

...

ou uma das.

domingo, julho 23, 2006

para ouvir, e ler, MESMO alto.

" Slip inside the eye of your mind
Don't you know you might find
A better place to play
You said that you'd never been
But all the things that you've seen
Will slowly fade away

So I start a revolution from my bed
Cos you said the brains I had went to my head
Step outside the summertime's in bloom
Stand up beside the fireplace
Take that look from off your face
You ain't ever gonna burn my heart out

And so Sally can wait,
she knows it's too late as we're walking on by
Her soul slides away,
but don't look back in anger
I heard you say

Take me to the place where you go
Where nobody knows
if it's night or day
Please don't put your life in the hands
Of a Rock 'n Roll band
Who'll throw it all away

Gonna start the revolution from my bed
'Cos you said the brains I had went to my head
Step outside cos summertime's in bloom
Stand up beside the fireplace
Take that look from off your face
Cos you ain't ever gonna burn my heart out

And So Sally can wait,
she knows it's too late as she's walking on by.
My soul slides away, but don't look back in anger
I heard you say

So Sally can wait,
she knows it's too late as we're walking on by
Her soul slides away, but don't look back in anger
I heard you say

And So Sally can wait,
she knows it's too late and she's walking on by
My soul slides away,
but don't look back in anger,
don't look back in anger
I heard you say

At least not today "
















...

hoje não.

segunda-feira, julho 17, 2006

“A incessante notícia de uma luta
com as panteras bruscas do invisível.”

[Paulo Mendes Campos]




















...

sábado, julho 15, 2006

lembranças vivas da vida.













" Um amigo é uma pedra. Parede. Que serve para segurar. Tecto. Que serve para atirar. Chão. Que serve para brincar. Um amigo é uma pedra grande que empurramos e não se mexe. Nunca muda de natureza. Nunca muda de lugar. Nunca se vai embora. Fogueira. Um amigo é uma pedra quente que pomos no coração. A arder.
Um amigo é um doido que nos acalma, um doente que não queremos curar. É um partilhador de mentiras, um fazedor de planos, um contador de segredos. É um prato que se parte sem ser preciso pagar.
Não há cara mais bonita e mais precisa do que aquela que se conhece. Não há uma palavra parecida com o nome dele. Não há um momento do mundo em que não apeteça vê-lo. Nem que seja só para vê-lo. Não há uma multidão suficientemente grande para escondê-lo. Nem desconhecidos, nem surpresas, nem sonhos.
Um amigo é uma paciência, uma indiferença ao que temos de pior. É uma tolerância absurda, que sabe bem receber. É uma falha total de juízo. Um amigo é quem está sempre do nosso lado, sobretudo quando não temos razão, que é quando mais precisamos. Um amigo é um incondicional, um irreflectido, um intransigente.
Um amigo é um eu em melhor.
Um amigo é um eu em infinito. "

(miguel esteves cardoso)


aos que são
estão
não vão

...

obrigada.
por mim.

quinta-feira, julho 13, 2006

encontro.

"Mar

Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.

E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras. "

(sophia de mello breyner andresen)














hoje
regresso
finalmente
a mim.

quarta-feira, julho 12, 2006

self-reminder.

domingo, julho 09, 2006

a vida viva, um ano depois.














não percebi que podia ter sido eu, assim, sem aviso nem nada, quando, dentro do metro, a caminho do trabalho, ouvi o condutor dizer que havia notícia de relatórios não confirmados de duas explosões no centro de londres.

não o percebi também quando esperámos tempos sem fim dentro do metro, sem muitas notícias depois dessa, gente apertada dentro e fora a tentar saber o que era, a palavra "terrorismo" na mente de tantos, a passar-me despercebida a mim que a não entendo, que me foge mesmo à compreensão, e depois não,
esses tantos a ligarem para quem fosse que soubesse um pouco mais, o boato de um problema eléctrico estar na origem das explosões a nascer, muita gente aparentemente a sair do metro e a entrar nos autocarros, a cidade apinhada de gente num despertar confuso e incompreensível.

não percebi também nessa altura, quando depois evacuaram o metro, nos evacuaram de um dia normal e nos deram assim à cidade numa rua que não conhecíamos mas que era o nosso apeadeiro da ameaça, o nosso refúgio do que não se sabe quando e onde atacará outra vez,
quando à toa andei por essa rua à procura de um café, as pessoas confusas, a correrem, a quererem chegar ao trabalho, a insistirem na normalidade de um stress que nada é face ao terror da impotência e do improvável.

nada, nem mesmo os directos na televisão do café onde me sentei, as imagens, a confirmação oficial do ataque terrorista na cidade que ainda ontem eu vira e sentira, de perto, comemorar a alegria de ser palco desses momentos que juntam povos e raças daqui a 6 anos,
nada me fez sentir que podia ter sido eu
ainda que mo fizesse pensar.

boom.

e 52 pessoas inocentes morreram.
e muitas, muitas mais ficaram inconsoladas para sempre.
...
inconsoláveis.



















.....



...



.....


..



no dia a seguir aterrei em lisboa.

e apercebi-me.


a minha prima abraçou-me
e disse
"obrigada por estares aqui...
obrigada por estares aqui
depois do que aconteceu ontem."


...


..


e apercebi-me.

assim.


...


..


.

agora tento viver mais.

só isso:
mais.

"porque um só tempo é nosso.
e o tempo é hoje. "



...



quarta-feira, julho 05, 2006

sonho.










" Chegamos? Não chegamos?

- Partimos. Somos. Vamos. "

(Sebastião da Gama)

...

e fomos.

somos.

estamos.


...

em nós.

'BORA LÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!!!!!!!!!

















"Por que não pedir o Mundo?


Cinco, quatro, três, dois, …
Pois, não passámos do dois.
Mas deixemos os relatos infelizes para depois.
Estivemos quase,
mas quase não sei se chega.
Mandámos vir champagne e deu-se a tragédia grega.
Como é que se diz? Foi por um triz
que nós não pusemos os pontos nos is.
Nabice? Preguiça? Alguém faltou à missa?
Qualquer coisa lhes deu, não sei bem o que foi.
Sei é que fizemos um grande campeonato mas na final
não jogámos um boi.

Um boi?!
Foi ou não foi?

Corremos, marcámos, merecemos,
saltámos, sofremos e fizemos sofrer.
Fizemos o possível enquanto houve combustível
e metemos o que havia para meter.
Como é que uma equipa com talento, magia
e um futuro de que tanto se disse,
está disposta a deitar fora a energia
e se conforma em estar na história como "vice"?
Nada disso!
O tuga, que até hoje só provou que consegue ser segundo,
Vai, por isso, deixar de ser chouriço
e assumir o compromisso de ser campeão do mundo.

Corre mais, joga mais,
Menos ais, menos ais, menos ais,
Quero ainda mais

Há quem diga que Portugal não está em forma,
modesto por norma, faz-lhe falta um safanão
que nos faça de uma vez acreditar
que entre os que podem ganhar está a nossa selecção.
A fasquia está alta? Não faz mal, Portugal salta
com milhões a empurrar.
Até pode parecer louco, mas para nós segundo é pouco
E um louco não se deve contrariar.
Será demais pedir o mundo?
O que pedimos, no fundo, são ainda menos ais.
Porque todos se lembram do campeão
Mas não dos que são derrotados nas finais.
Ficar nos dois primeiros não tem mal nenhum,
É preciso é que fiquemos no número um.
Vamos apagar da história essa final de má memória
e vão ver que ninguém topa.
Porque eu posso estar errado, mas que eu saiba, em qualquer lado,
o melhor do mundo é o melhor da Europa.

Corre mais, joga mais,
Menos ais, menos ais, menos ais,
Quero ainda mais

Repete-se o refrão, a história é que não.

Marca mais, chuta mais
Menos ais, menos ais, menos ais,
Quero ainda mais.

É o retrato de um país aplicado ao futebol.
Tem tudo o que é preciso, só perde por ser mole.
Toca a acordar, pessoal!
Queremos mais garra,
deixar de ficar felizes quando a bola vai à barra.
Vamos com tudo, meter o pé, chutar primeiro,
Que o último a chegar é calaceiro.
Ter medo deles? Isso era dantes!
Vamos embora encher de orgulho os emigrantes.
Sem esquecer que nas grandes emoções
quando grita um português, gritam logo 15 milhões.

Heróis de Berlim, nobre povo…
Não tinha graça cantar um hino novo?
Escrito pelo pé de artistas
que vão alargar as vistas à nação verde e vermelha.
Ficar em segundo? Nem morto!
Ganhar ou perder é desporto? 'Tá bem abelha!
Venha a Alemanha, o Brasil ou a Argentina
com cabelos de menina e cara de lobo mau,
se calham a apanhar-nos pela frente
e viram as costas à gente…
TAU!

Corre mais, joga mais,
Menos ais, menos ais, menos ais,
Quero ainda mais

Repete-se o refrão, a história é que não.

Marca mais, chuta mais
Menos ais, menos ais, menos ais,
Quero ainda mais

Seja no chão, pelo ar, de cabeça ou calcanhar,
de tabela, nas laterais ou no miolo…
Vai Ronaldo, finta um , finta dois, pode remataaaar…
Golo!!!

(É esta a vantagem da ambição,
podes não chegar à lua, mas tiraste os pés do chão.) "










...

a caminho da lua.









porque somos
mesmo
especiais.

e merecemos
esta alegria
lacrimejante
contagiante
fortificante
que nos enche
nos consome
e nos faz sonhar.