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segunda-feira, janeiro 12, 2009

tempo de novo.















acordar cada dia sem o medo de partir.


viver.
em humildade de mar,
teimosia de vento,
força de florir.


ser paz e abraço ao sentir dos outros,
amor e entrega ao que dentro,
em mim.






cambia lo superficial
cambia también lo profundo
cambia el modo de pensar
cambia todo en este mundo


cambia el clima con los años
cambia el pastor su rebaño
y así como todo cambia
que yo cambie no es extraño





ser humilde.

humilde
humilde
humilde



ser humilde.



enfrentar vícios
aceitar braços
arriscar entregas.



abrir portas de fechar.



deixar que olhos sejam mãos
que olhos sejam toque
que olhos sejam mar.






cambia el mas fino brillante
de mano en mano su brillo
cambia el nido el pajarillo
cambia el sentir un amante


cambia el rumbo el caminante
aunque esto le cause daño
y así como todo cambia
que yo cambie no es extraño


cambia
todo cambia

cambia
todo cambia


cambia
todo cambia

cambia
todo cambia





saber que é mudança cada dia.
que é mudança
o tempo escuro

as mãos frias

o amor.









chorar de sentir à pureza dos outros.



dar como quem ama

sempre.



escrever a vida.
escrever-nos.


ser na vida a poesia
que a vida marulha em mim.






cambia el sol en su carrera
cuando la noche subsiste
cambia la planta y se viste
de verde en la primavera


cambia el pelaje la fiera
cambia el cabello el anciano
y así como todo cambia
que yo cambie no es extraño





ser voz de liberdade.

encher o vento de canto
e a cada fase de lua
a cada mar de maré
ser parte do mundo todo
e a mudança do mundo em mim.


caminhar de cabeça erguida
cabelo de mar
e veias de ondas
e sentir.

sentir
sentir
sentir
sentir...



para além de qualquer pe(n)sar.






pero no cambia mi amor
por mas lejo que me encuentre
ni el recuerdo ni el dolor
de mi pueblo y de mi gente


lo que cambió ayer
tendrá que cambiar mañana
así como cambio yo
en esta tierra lejana


cambia
todo cambia

cambia
todo cambia


cambia
todo cambia

cambia
todo cambia




pero no cambia mi amor
por mas lejo que me encuentre
ni el recuerdo ni el dolor
de mi pueblo y de mi gente


y lo que cambió ayer
tendrá que cambiar mañana
así como cambio yo
en esta tierra lejana



cambia
todo cambia

cambia
todo cambia


cambia
todo cambia

cambia
todo cambia








....




para além de janelas (d)e sonhos,
ser a verdade
a cada acordar.

















..










(dias de vida marulhada
a todos vós que.


@-,-'-)









(imagens de ana nicolau, pink sherbet e haleh bryan)


segunda-feira, abril 28, 2008

regresso







" avião lisboa-londres, 27.abril.08



parto de novo.



vejo de cima a terra que amo tornar-se pequenina, mais e mais, até me caber na palma dos olhos, ser não mais que essa lembrança que me marca o ser(-me), força de gente e sentir, causa e recusa de inconstante chorar.



há caminhos desenhados lá em baixo. caminhos desejados que levam onde quis, soube querer, em sonho e vida, um qualquer outro (de) nós.
que sonhamos, podemos, queremos.
mesmo se, quando, às vezes também porque, esquecemos:
somos sempre o que em nós próprios traçamos.





abril trouxe-me a força da vontade.


as papoilas de meu alentejo cantaram-me de côr a vida.


os amigos que família, família que amigos, marulharam-me o tudo que sou.



e eu sei
eu sei
que tudo é querer.



acordo-me dentro do sonho
e desafio-me a escolher:


ganhar asas?
voar para casa?




...





- ser humilde.



viver. "


















...







" let me fall,
let me climb,
there's a moment when fear and dreams must collide

someone i am is waiting for courage,
the one i want,
the one i will become will catch me

so let me fall
if i must fall,
i won't heed your warnings,
i won't hear them

all i ask,
all i need,
let me open whichever door i might open

let me fall,
and if i fall
all the feelings may or may not die

i will dance so freely,
holding onto to no one,
you can hold me only if you too will fall,
away from all
these useless fears and chains.

someone i am is waiting for my courage,
the one i want,
the one i will become will catch me

so let me fall
if i must fall,
i won't heed your warnings,
i won't hear

let me fall,
and if i fall
- there's no reason to miss this one chance,
this perfect moment -,
just let me fall. "








..






(com um abraço
forte
de tanto
à cláudia,
amiga de tudo,
que me amparou a queda de angústia
nesta terra de saudade
e me sempre lembra as asas
as alturas
a gana
de meu voar em liberdade.)
















..








(imagens, música e poema retirados do espectáculo quidam, pelo "cirque du soleil")

sábado, abril 19, 2008

(em) mudança



por esta janela que me abre (a)o escrever
vejo e sinto os passáros que a meu lado voam.
comigo.
eu neles.



nessa outra, onde adormeço em estrelas e acordo na côr do dia, o canto de gaivotas trouxe-me já o mar em sorriso de acordar. o mar que provo também nos olhos quando mergulho em todas as memórias que solto neste espaço novo, algumas tão longe dos dias de hoje, fechadas nestes quadrados guardiões dessa vida a que regresso agora, só agora, um ano e meio depois, todo este tempo trancados para que a mim encontrasse, finalmente, eu, no que sou e sinto e vivo.
sem nada mais.
e tanto, afinal....



abro cada caixote como quem volta ao passado.


volto.



abro fundo esse tempo de antes
e nele passeio
sem rede ou volta marcada.









mas regresso sempre.
regresso sempre a quem sou.

para além do que é não-saber.




















vivo (n)a vida.





deixo que me viva.









sou e respiro o que voa (n)o tempo.



o que me trago
eu
nele.







(dreaming about wings, bogdan zwir)










..







" (...) não pensemos mais: esta é a casa:

tudo o que lhe falta será azul,

agora só precisa de florir.

e isso é trabalho da primavera. "


(pablo neruda)















(nesta casa nova de mim,
é tão forte às vezes o vento nas janelas...

e é só

um segundo andar..



....



mas é bonito.

às vezes lembra-me a noite do mar.




como se perto da praia,
quando fecho os olhos
e respiro em mim seu marulhar.)











( " eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome
- cores de almodovar, cores de frida kahlo,
cores...

passeio pelo escuro
- eu presto muita atenção no que meu irmão ouve;
e como uma segunda pele, um calo, uma casca, uma cápsula protetora

- ah, eu quero chegar antes...
pra sinalizar o estar de cada coisa,
filtrar seus graus

eu ando pelo mundo divertindo gente,
chorando ao telefone..
e vendo doer a fome dos meninos que têm fome


pela janela do quarto, pela janela do carro,
pela tela, pela janela,
quem é ela, quem é ela?
- eu vejo tudo enquadrado,
remoto controle....


eu ando pelo mundo
e os automóveis correm para quê?
as crianças correm para onde?

transito entre dois lados
de um lado
eu gosto de opostos...
exponho o meu modo,
me mostro


- eu canto para quem?





pela janela do quarto, pela janela do carro,
pela tela, pela janela,
quem é ela, quem é ela?
- eu vejo tudo enquadrado,
remoto controle....


eu ando pelo mundo
e meus amigos....
cadê?
minha alegria, meu cansaço?..

meu amor cadê você?
eu acordei
- não tem ninguém
ao lado


pela janela do quarto, pela janela do carro,
pela tela, pela janela,
quem é ela, quem é ela?
- eu vejo tudo enquadrado,
remoto controle....


eu ando pelo mundo
e meus amigos....
cadê?
minha alegria, meu cansaço?..

meu amor cadê você?
eu acordei
- não tem ninguém
ao lado


pela janela do quarto, pela janela do carro,
pela tela, pela janela,
quem é ela, quem é ela?
- eu vejo tudo enquadrado,
remoto controle.... " )




















desenquadro.


desprendo.


desenlaço.












me.























.












agora


agora

volto


ao abraço do sorriso

à magia da infância

ao viver (d)o mar









regresso(-me) à terra de mim

para beber o abril

que me é côr de voar

















(imagem de autor desconhecido. sadly.)

sábado, abril 05, 2008

(em) descoberta








" i wonder if i've been changed in the night?
let me think. was i the same when i got up this morning?
i almost think i can remember feeling a little different.
but if i'm not the same, the next question is
'who in the world am i?'
ah, that's the great puzzle!
"

(lewis carroll, alice's adventures in wonderland)


















..






abrando o tempo.

o corpo obriga-me a olhar a alma.






olho quem sou

de olhos abertos.





não vou passar
perder
mais
(o) tempo
a esquecer
o que esquecer
nada trará.


por mais a dor de ir
sem poder deixar caixa,
água,
redoma.







sorrio à vida.


ao que nela existe
em verdade
e justiça.




lembro o que quero.

o que amo.



e sigo em frente.



con_tudo.


devagar.


sem correr.


sem correr mais.



sem correr senão para sentir no corpo
o vento que me sorri vida e mar.



sabendo
tão só
tão fundo
o tudo que me é embalo de voar.









































...












" 'everything's got a moral, if only you can find it'.
and she squeezed herself up closer to alice's side as she spoke. "


(lewis carroll, alice's adventures in wonderland)





(imagem primeira: day will come, de haleh bryan
imagem última de gundega dege)

sexta-feira, março 21, 2008

"a cura"









wembley arena, 20.marco.2008:




















foi a medo ainda que ali destinei o dia.
apesar de tudo,
a pesar, tanto, tudo,
decidi-me por mim.
como quem.
e fui.

era muito o sentir de ali estar, eu na noite de tanto que era, eu a ir ouvir lembrancas caseiras naquela cidade estrangeira, estrangeira eu, ali, e no entanto parte, tao parte de tudo aquilo, tao parte de tudo e todos...
em londres, por que razao for, sinto-me sempre como que em casa.

ah minha volta, gente de idades muitas, todas ah volta da minha, como se um so, nos.
e o bom que eh saber-se, sentir-se, ser-se parte de.
em semelhanca.
semelhantes, la.
como sempre na vida, afinal.
por mais que o esquecamos.

as luzes diminuiram e o sentir aumentou. as primeiras notas que soam, e eu a deixar-me ir com elas, para alem de mim, ah espera do que fosse, por maior o medo do que traria o recordar. da dor que, hoje, nao pode senao vir com ele.

antes de mim, o sentir a reconhecer a musica. aquele primeiro "beat", depois, que nem flecha direita a mim. como se nada mais, ninguem mais ali. eu so. com a dor do que.
e os olhos imediatamente - sem aviso ou autorizacao - a encherem-se de agua, sem que eu nada controlasse, eu que tao pouco, porque a vida tanto, tao pouco choro por mim, eu ali de lagrimas nos olhos, sem medo ou vergonha de ninguem, nem sequer de mim, eu que solucava dentro, sentia-me a, mesmo se a lagrima presa pelo que nao sei dizer, sem cair, recusando-se a chorar o que fosse.

ali se aguentou, todo aquele tempo de musica sem palavras, tempo tao longo de choro suspenso.

com a voz de robert, essa voz que me entra tao fundo, me marca tao dentro, me tanto canta o sentir, o desabar do choro nessa unica lagrima. essa so. nenhuma mais. "plainsong". a mesma que tantas, tantas vezes ouco dentro de mim, sem que de lugar algum venha senao dai.

e apercebi-me, veio-me devagar, ao longo da musica, que me libertava. aquela noite, sendo o que, a dizer-me que me libertasse. que a vida eh minha, e uma so. que quem amamos ahs vezes eh quem julgamos ser, nao quem eh de verdade, tao longe, longe do que (nos) foi, hoje.

por mais que reconheca, eu, ainda, as vezes sempre, o tanto que, em determinados gestos, olhares, momentos.
o que eh mais, que eh presente - ou nao -, o de sempre, de todos os dias, de cada dia, nao eh, nao eh ja (n)o que se amou.

quem se amou
nunca
nao
nunca
desta maneira.


"i think it's dark and it looks like rain"
you said
"and the wind is blowing like it's the end of the world"
you said
"and it's so cold
it's like the cold if you were dead"
and then you smiled
for a second

"i think i'm old and i'm feeling pain"
you said
"and it's all running out like it's the end of the world"
you said
"and it's so cold it's like the cold if you were dead"
and then you smiled
for a second

sometimes you make me feel
like i'm living at the edge of the world
like i'm living at the edge of the world
"it's just the way i smile"
you said





















e noto,
noto,
no fim,
que sou eu quem diz.

e eh meu,
foi meu sempre,
para além da partilha,
o sorriso.

o mesmo que agora.
agora.


..




nevertheless.

quinta-feira, novembro 22, 2007

"loop". constante.




aqueço-me para além do passado
que corta
ainda
cego em si mesmo


liberto-me de mim própria
meus próprios fantasmas
em vida parada



mesmo se me firo
arranho
queimo
engano





..


tento
levantar
me
de mim



e faço
sinto
canto
minhas
novamente
as suas palavras

..






























" lift me up on my honour
take me over this spell
get this weight off my shoulders
- i’ve carried it well

loose these shackles of pressure
shake me out of these chains
lead me not to temptation



hold my hand harder
ease my mind
roll down the smoke screen
and open the sky

















* let me fly *





- man, i need a release from
this troublesome mind
fix my feet when they’re stumbling
and where you know it hurts sometimes
you know it’s gonna bleed sometimes





































(haleh bryan, can't wait forever)










dig me out from this thorn tree
help me bury my shame
keep my eyes from the fire
they can’t handle the flame

grace cut out from my brothers
when most of them fell
i carried it well














* let me fly *






man, i need a release from
this troublesome mind
fix my feet when they’re stumbling
i guess you know it hurts sometimes
you know it’s gonna bleed sometimes

now hold on
- i’m not looking for sweet talk
i’m looking for time
time for tower and sleep walk
brother, cause it hurts sometimes
you know it’s gonna bleed sometimes
hold on























you know its gonna hurt sometimes...

when you call me...

hold on...

hold on...

hold on...






i’m gonna climb that symphony home
and make it mine

let his resonance light my way

see, all these pessimistic sufferers
tend to drag me down

so i could use it to shelter what good i’ve found "


















....





















(haley bryan, towards the light)


















..






















(primeira imagem: haleh bryan.
imagens no
slideshow: auguria, bjorn tagemose, cole rise, f.n.terryan, floriana barbu, yatsutani taizo, banksy, zack garner, lovisa ringborg e michael vesen
música: the killers, sweet talk, do novo album sawdust)