domingo, setembro 23, 2007

Life And Memories Inflicting Affection





















minha querida irmã de amor e dor,


sim, tens razão:
eu sabia.
ou talvez esperasse saber, tivesse a esperança de.
e secretamente o sentisse, já.
em ti.
como tu em mim,
logo,
desde a primeira palavra de imagem.


também eu amei inteira
e toda me dei,
em tudo,
e tanto mais do que pensei e quis ser capaz.
também eu amei com o futuro e o passado presentes em mim,
amei de olhos abertos,
até mos cegar quem mos roubou
ao deixar de olhar-me.


por isso,
sim,
os nossos amores foram,
são ainda,
por mais que,
iguais de vida,
personagens,
desilusão.
tão iguais....


igual agora este vazio de vivermos perdidas em nós,
quebradas e gastas pelo ardor do sal,
neste labirinto de pele e saudade
onde já não sabemos sentir o caminho de volta ao que somos,
fomos quando,
antes de.
- é como que se vive feliz sem essa vida inteiramente repartida,
amada em sangue, água e entrega?....


e este saber que não há nada que possamos fazer para trazê-la de volta.
e o não-saber já se, anyway...


e não haver nada que cale ou alivie a crueldade de terem violado os sítios do nosso amor - como foi que puderam, esses locais de tudo que acreditámos serem nossos, para sempre, mesmo se, mesmo agora?... -, onde nos entregámos e fomos tanto mais do que simples mortais, nós, vivas de amor e futuro.
nada que pare a faca de mágoa de os vermos constantemente aprisionados em imagens de outras mãos, outro alívio, em força e sentires que não nascem já das memórias do nosso amor,
que é destronado sem mais nada,
sem que se pare um pouco sequer,
um momento só de respeito à lembrança do que ali vivemos e entregámos,
como se nada,
ninguém mais no mundo senão nós.







...













mas um dia
- eu to prometo para além destas lágrimas que me choram as veias do corpo por si mesmo abandonado -
será também nossa a paz maior
de viver sem o seu amor.
para sempre.
como quem, agora, sem nós.



prometo.

por mais dor
o negro das azeitonas
e o vermelho das papoilas
que aos pares.

eu to prometo.
nos.


until then,

my friend of hidden face and feelings,

let us breathe.











( " help, i have done it again
i have been here many times before
hurt myself again today
and the worst part is there's no-one else to blame

be my friend
hold me, wrap me up
unfold me
i am small
and needy
warm me up
and breathe me

ouch, i have lost myself again
lost myself and i am nowhere else to be found,
yeah, i think that i might break
lost myself again and i feel unsafe

be my friend
hold me, wrap me up
unfold me
i am small
and needy
warm me up
and breathe me

be my friend
hold me, wrap me up
unfold me
i am small
and needy
warm me up
and breathe me " )






















(imagem: danae, de gustav klimt)

12 comentários:

melena disse...

custa.
mas do que realmente é importante, o que não custa?

lamia disse...

Respirar.
Respirá-lo.
Por ser vida em nós.
Por soar em cada batimento cardíaco.

Como se.

Minha amiga.


Um dia viverá outra vez. Numa outra pele. Porque é nosso e nunca nos será roubado. Mesmo que sangre.

Existe.
Agora.
Aqui.
E para Além de nós.


(abraço apertado)

Anónimo disse...

uma vez mais, as tuas palavras emocionaram-me tanto. e a música q colocas a acompanhar... é fabulosa.

Ruela disse...

Klimt banhado pelas tuas belas palavras.

K disse...

Recomeços moldados pelas palavras...envolvidas pelas imagens...perdido nos sentidos...

K disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ricardo disse...

BONITO!
:*

un dress disse...

t�o tu ali


...


until then be my friend

until then be my friend

until then

be


...



beijO

Atlantys disse...

Calorosas e sentidas as palavras. Lindo o significado.
Bom fds =)***

~pi disse...

chãos e restos.

e pássaros de bico aberto.




*

Girstie disse...

Profundo, sentido, belo! :) beijos

luci disse...

dance me.

till

the end

of love


...




um beijo