domingo, dezembro 31, 2006

tempo de.

....



boas escolhas.

com TODA a
liberdade
felicidade
vida
que isso implica.
pode implicar.


"thoughts become things:
keep them good."


...



365
novos
dias
de poder
de escolha
para todos.





















...





CARPE.





(imagem: "the struggle", de jason krieger)

sábado, dezembro 30, 2006

"saddam hussein foi executado"



......



como ghandi,
proclamo:



"an eye for an eye
will make the whole world blind."














......











na morte de (mais) um opressor,
lembro o saber de um libertador.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

por mil palavras.

(venham-me cá dizer que a fotografia encenada
não isto
ou não aquilo.....)



.....



...





















.....








...







(imagem: Stanley Kubrick,
da colecção "What Teenagers Should Know About Love",
Look Magazine, 10/10/1950)

carta a um estranho.

sr. ladrão,

não são as coisas de valor
que não levou
que magoam
ou assustam.
não é isso
mesmo
que.
é o ver remexido
às vezes roubado
o que nos é querido
as memórias que nessas coisas viviam
o carinho com que as guardávamos.

com a maior das ingenuidades
talvez
espero que o tenha feito
para dar de comer aos seus filhos
mesmo se tirou comida nenhuma da cozinha
mesmo se não levou o que poderia ter vendido
também.
ou
então
que o tenha feito
para lhes oferecer prendas bonitas
que lhes façam brilhar os olhos.

porque
senão
se
não
você é uma pessoa
muito
muito
muito
feia.
e nunca lhe hei-de perdoar
o triste
que deixou
a minha mãe.

sábado, dezembro 23, 2006

natal emigrante.














é natal na terra de mim
- eu que voltei das terras da majestade deles
onde o sol brilha mas não aquece
e o chá nunca arrefece

ando pelas ruas
passeio
olho as coisas como turista
- mas não -
maravilhada com tudo ou quase

entro nas lojas
comparo produtos sem por isso dar
compro o que fará alguém feliz
trará pelo menos um sorriso
hopefully não só por boa educação
conto os trocos nas moedas que (ainda) não reconheço
viro-as e volto a virá-las nas mãos
- isto são 5 cêntimos ou 2 pence?
- isto chega ou?
- quanto é que disse que era?...
as pessoas atrás de mim a ficarem quentinhas de tanta impaciência
(desculpem, sou emigrante...)
elas que ainda têm de ir a 60 lojas comprar 50 coisas para 40 pessoas
com direito a 7 discussões pelo meio
4 ataques de nervos
pegadinhos um com o outro
sem tempo no meio para respirar
até porque na segunda quinzena de dezembro
o tempo deixa de existir
e ainda assim há-de ficar uma "$#& de uma prenda por comprar
provavelmente a mais importante
ou a que era "certo" conseguir comprar
(as certezas também se tornam efémeras durante estes dias...)
durante a hora de almoço

eu tenho a sorte de ter uma família que não apoia o consumismo
desenfreado
disparatado
injusto
da época natalícia
e assim me escapo a stresses de maior
e momentos de pânico
porque ainda não isto
ou ainda não aquilo
para este
aquele
e o outro

entro em mais lojas
na maior parte só para ver
há até quem me chame masoquista
- ir para as lojas passear na altura do natal???? -
mas é tão bom estar no meio da minha gente
ainda que empurrada
apalpada
beliscada
e pisada
por todos
e mais algum

(vocês sabem lá a saudade
de alguém que está perto,
cantava a outra....)

páro num café para beber a bica
a falta de atenção de quem me atende
para com os clientes
é
tristemente
bem mais notória do que lá
o que me irrita
mesmo
mas
ao mesmo tempo
não me estranha
tanto
tanta gente desconhecida a quem sorrio só porque
- apesar de haver ainda os que
há muitos que retribuem o sorriso
e são momentos mágicos, bons e duradouros -
mexo o café na chávena pequenina
sabe-me melhor ainda porque tinha saudades
mas sinto já falta do meu cappuccino de soja

há muita muita gente nas lojas e nas ruas
como lá
mas é diferente
e eu nem sei dizer porquê
não sei se levo mais encontrões se menos
olho mais as pessoas
lá digo
have a nice day
aqui
tudo de bom
mas não há diferença no sentir
das diferentes palavras

saio da capital do consumismo
olho para a direita antes de atravessar a estrada
era suposto ser para a esquerda
parece
qualquer dia ainda me lixo
estranho ainda às vezes quando ouço uma conversa ao meu lado
e é em português que falam
- é a minha língua falada perto de mim! -
e sorrio.
sorrio muito.
no meio de
encontrões
birras de crianças
pais natal sem jeito ou paciência
às vezes até sem palavras
falta de lugar para estacionar
metro apinhado de gentes e sacos e prendas e cansaço,
sorrio
eu.
porque.
porque sim.
porque é
tão bom
o natal
que nos traz a casa
e a casa a nós...

sexta-feira, dezembro 15, 2006

momento.

vesti o casaco de malha
pus o colar
pus os anéis
e pus
também
o brinco de pérola
dela.

com tudo isto,
cheia dela,
fui.

....


ontem levei a minha avó a ver a festa de natal
do neto que a não conheceu.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

regresso.

tiro um a um os peluches de cima da minha cama de menina.

um a um me trazem pessoas, imagens e sentires de antes, do tal tempo de antigamente, onde tudo.

um corpo de gesso me lembra o amor quando ele era amor: único, absoluto e imutável. antes.

deito-me e, apesar do cansaço, não me leva logo, o sono.
traz-me a quem sou, primeiro.
traz-me os outros, enche-me deles, enche-me deste lugar, desta cidade, deste país de mar que me educou a ser assim,
assim mesmo,
como sou.

e mantenho os olhos abertos
como se antes
há muito.
e sinto o coração cheio de vontade de tudo
aqui
vontade dos outros
vontade de mim.

como se antes
há muito
quando eu era

menina.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

dentro.

o que me encanta é o sorriso.

conhecemo-nos.
para além dos anos, já.
muitos.
cada um, cada nós, vem já de longe. e que longe o nosso...

conhecemo-nos.
para além do que hoje damos, do que sabemos,
para além da idade, da distância.
para além da vida.

conhecemo-nos.
reconhecemo-nos.


...


e é isso.
é isso que faz desta certeza
força
cada vez que volto a casa.

sábado, dezembro 09, 2006

mudança.

é enquanto encaixoto tanto de mim que me apercebo do tempo que vivi nesta casa, do se ter tornado tal. com momentos e tudo. um todo ano. e que ano...

tiro fotografias, antes de.
e guardo tudo o que tenho que guardar, sabendo que não fará diferença se nunca mais a abrir, àquela caixa, mas estas coisas, não há remédio, eu não deito mesmo fora.

as coisas que quero levar para portugal, para oferecer, mostrar, partilhar - olha, isto foi o que.. olha, isto lembrou-me de ti... FELIZ NATAL, PUTOS!!!! - amontoam-se assustadoramente a um canto do escritório.
er... quais "new laws"?..... não é natal?

quinta-feira, dezembro 07, 2006

"paráfrase"

guardei as conchas.














agora sei que vou partir.

segunda-feira, dezembro 04, 2006














("tão nítido e preciso era o vazio.")

domingo, dezembro 03, 2006

obrigadinha!

a ti, por tudo. adorei mesmo. :o)














por ti, também, a fazer isto (grrrrrr..... em cor-de-rosa e tudo - só falta mesmo a inha dos chinelos! ;o) ):

as minhas (ditas) manias

pronto, cá vão elas...

(com as regras (yuk!) antes:
"Cada bloguista participante tem de enunciar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Ademais, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue.")


1 - "odd socks". uso uma meia de cada côr e/ou qualidade.













desde 2002, não sei dizer o mês mas sei bem que foi esse o ano, o meu segundo cá, o primeiro a sério, que aos meus pés não faz sentido "usar igual".

com brincos, o mesmo princípio se aplica














2 - guardo tudo.













quando digo tudo é mesmo tudo: no meu quarto em lisboa tenho uma pedra da calçada que um amigo me deu para a mão à porta do liceu, 7 da tarde, mesmo ao lado da estátua do camões, à entrada, dizendo, no gozo, "toma, como prova do meu amor". eu guardei, no gozo. ainda lá está.
pedras, flores, toalhas de papel de restaurantes, guardanapos, rótulos de garrafas, conchas... you name it - i've got it.














3 - tirar fotografias a tudo o que me chama o olhar, sem ligar a onde estou.













o que quer que.
olho para o lado e... já foi. a não ser que.













benditos telemóveis com máquina fotográfica. :o)


4 - quando chego ao metro, ando sempre na plataforma até ao sítio escolhido - às vezes literalmente marcado no chão, o que ajuda bastante -, e aí espero, à beirinha da linha amarela, que o metro chegue. todas as manhãs. "in my place".













assim já sei que, quando as portas se abrirem na estação em que tenho de sair - altura pela qual já estrategicamente me coloquei à beira da porta em frente àquela por onde entrei -, vou poder entrar no buraquinho em forma de túnel na parede que vai estar mesmo à minha frente e me deixa chegar à plataforma da outra linha antes de todos, sem stresses. "it's a jungle out here!!!"... todas as manhãs.













(having said that, e daí o chamar-lhe mania, faço-o mesmo quando não é hora de ponta...)


5 - ter os cd's... e os dvd's... e os livros (estes sem tanto rigor - tem dias... e livros.)... por ordem alfabética.













no caso dos cd's tenho-os por grupos... começa com a música clássica, depois as bandas sonoras, depois a música estrangeira, depois a música portuguesa e brasileira, assim mesmo, juntinhas. a transição, obviamente, é obra de muito pensar e analisar. tipo... a transição da clássica para as bandas sonoras são os "movie adagios". dessas para a música estrangeira (todo o tipo - aqui não sou esquisita) vai o "movie songs - volume 3"... enfim, you get the picture(s).














...


o fim.



próximas vítimas:
mana
prima (o vasco é capaz de já saber umas...)
rita do mar azul dela
joão primo
pedro primo



ps - acabei de me aperceber que o million dollar baby e o million dollar hotel estão mal - vou a correr trocá-los!

sexta-feira, dezembro 01, 2006

sem.















" por aquela tão doce
e tão breve ilusão
embora nunca mais
depois de que a vi desfeita
eu volte a ser quem fui
sem ironia aceita
a minha gratidão "
(florbela espanca)


sem ironia.
só gratidão.
e até,
já que assim é.
mesmo se.
por mais que.

porque o riso
o sorriso
a vida
são meus.
mesmo.
só.
luto por eles.
só.

como tu,
pelo que,
agora.














e para sempre.