sexta-feira, setembro 15, 2006

furiosa tristeza.

" um cerco brutal que o mundo deve parar de ignorar


gaza está a ser estrangulada devagarinho. esta pequena faixa de terra nas margens este do mediterrâneo está sob cerco da força militar israelita desde há três meses.
(…)
desde que a única central de energia de gaza foi bombardeada em junho, a sua gente foi obrigada a sobreviver à luz de vela depois do anoitecer. os hospitais usam geradores eléctricos para manterem serviços essencias em funcionamento. os aquedutos foram destruidos, causando sérios problemas de abastecimento e aumentando o risco de doenças. pontes foram bombardeadas e "checkpoints" fechados. a nenhum palestiniano é permitido sair ou entrar daquela que se tornou, com efeito, uma prisao.
(…)
e no entanto, enquanto tudo isto se passa – o derramar do sangue, a fome, o colapso social – o mundo virou as costas. a comunidade internacional tem estado preocupada com o piorar da situação no iraque, afeganistão, ou com a guerra de israel com o líbano. só que enquanto o povo libanês pode fugir dos bombardeamentos israelitas, os habitants de gaza não têm essa liberdade.
(…)
temos de aceitar que o regresso dos militares israelitas a gaza tem menos a ver com parar os ataques com "rockets", conseguir a libertação de corporal shalit, ou mesmo remover o hamas, do que tem com o impôr de um castigo colectivo ao povo palestiniano, acreditando que é do melhor interesse de israel fazê-lo. não é. o interesse a longo prazo de israel está, como sempre esteve, num progresso a caminho de uma solução de dois estados. o prémio maior é a normalização das relações entre palestinos e israelitas. todos os dias ao povo de gaza é negada a sua dignidade – de cada vez que mais palestinianos forem mortos por "rockets" israelitas, tal acordo é empurrado para ainda mais longe. "


(in "the independent", 08.09.06)















a tristeza vem-me das mortes
das vidas (só de nome)
que nem consigo imaginar.

a fúria,
da impotência,
das mãos atadas,
do ver que quem as não tem
tem os olhos cegos de ganância,
uma qualquer gente que se esqueceu
along the way
do que é ser-se humano.

3 comentários:

O'Sanji disse...

Obrigada pela tua visita...
Volta sempre! Passarei também por aqui!

JoaoN disse...

Errr... Os israelitas ainda são gente??? :-P

Alexandra disse...

Guerras santas, as mais complicadas de resolver. Temas dificeis de falar.