quinta-feira, setembro 28, 2006

amuleto.














no ecran do meu telemovel.

quarta-feira, setembro 27, 2006

amanhã.

é muito
muito
o que podia dizer sobre isso
mas mantenho o silêncio
do sentir.
do que acho
espero
acredito
até ao fim.

até lá
o que sinto é tão dentro
que nem eu mesma sei bem o que é.

um dia de cada vez, ainda.
um minuto de cada vez, amanhã.

agarrada à esperança
à força.

mesmo que
mais que o medo
o receio.


.....



mantenho o silêncio.

como uma promessa.

os que.

no trabalho
a compreensão,
o apoio.

"i don't want you to feel apologetic about all this. your father must be your priority at the moment - no question about it."

...

no email, telemóvel, o que seja...

o silêncio.


...


.....



lembra-me o tennessee williams....

" whoever you are, i have always depended on the kindness of strangers. "

...

saudades de quando os (alguns, tão fundos) amigos eram perto.
eram dentro.

mais que isso,
falta deles

agora.











(que me desculpem os que estão
permanecem
apoiam.
vocês
como eu
sabem quem são.
em vocês
bebe
vive
a minha força.)

terça-feira, setembro 26, 2006

severamente londres.

sem fim-de-semana há três semanas seguidas, ou seja, a trabalhar non-stop há 23 dias e recusando-me a chegar a casa e enfiar-me na cama (e a vida, fica onde???), as manhãs começam a pesar nos olhos mais (ainda) que o normal...

acordo atrasada.
penso em stressar, mas isso só vai fazer pior – ao dia e ao atraso –, por isso opto por mandar sms à patroa admitindo o cansaço. porque o telemóvel, coitado, fez o seu trabalho, esforçando-se ao máximo por acordar-me, a tocar de NOVE (no idea why...) em nove minutos desde as 7h30m (BENDITO "snooze button"!!!), hora em que apontava acordar para ter tempo de tomar pequeno-almoço e arrumar um pouco melhor a casa para as “coming visits”, dado que – com toda esta maratona proletária – não vê uma limpeza decente há demasiado tempo.
mas nada feito: em questões de sono, o meu corpo impera sobre a minha cabeça, a não ser que seja algo urgente/extremamente importante. não que o trabalho o não seja, mas talvez a cabeça também não ande propriamente descansada, como não anda “at peace” com o que se aproxima, por mais que, ou seja, estão os dois contra mim!!! NOT FAIR!!!
com tudo isto são já 8.10 quando consigo apanhar combóio de regresso da terra dos sonhos para o meu quarto, iluminado pela luz que o estore já deixa entrar.
devia sair às 8.15...
mas a patroa, boa pessoa, como aliás toda a equipa, responde que não me preocupe. “see you soon”.
“soon”...
pois.

mas não.

chego ao metro e há “severe delays” na victoria line. porreiro. vou chegar ainda mais tarde... +
volto a convencer-me de que não vale a pena o stress – a culpa a partir daqui já não é minha! lavo as minhas mãos ainda melhor que o outro! –, e não me chateio muito.
mas.
MAS!
com franqueza, ter de deixar passar DOIS metros porque nem a kate moss lá caberia bem apertadinha (quanto mais eu...), acho um bocadinho demais... ainda por cima com o sono que tenho PRECISO DE UM BANCO ENCOSTADO À JANELA PARA ME PODER BABAR À VONTADE!!!!
mas népia.
lá entro no 3º metro, a custo, agradecendo-me infinitamente por hoje ter trazido a “guate” à rua em vez da “björk”, ou talvez nem coubéssemos neste. mas o que me irrita MESMO é sair para deixar pessoas sairem na próxima estação (porque estou tão colada à porta que ou saio ou sou feita sair, e daí a servir de tapete para os “commuters” todos vai um passo de diogo....) e uns quantos espertinhos se enfiarem lá dentro, enquanto eu espero que saia toda a gente! C”#$#!!!!!!

enfim, lá chego finalmente a vauxhall (com direito a lugar desde green park! mas sem janela para babar – DOH!), e... bom, tenho de confessar, entro num starbucks.

sei que é mau da minha parte, mas não temos ainda o frigorífico a funcionar no escritório, e não se encontra mais sítio nenhum que venda cappuccino / café com leite de soja! e bica é coisa que não abunda muito por aqui. é mais baldes de café porquêra, mesmo...

mas pronto.
não teve muito problema.
e mesmo tendo-me oferecido para trabalhar durante a hora de almoço, a senhora produtora (uma chava como eu) disse que preferia que o fizesse quando fosse mesmo necessário, e estivéssemos atolados de trabalho, que não valia a pena fazê-lo agora, “just for the sake of it”.
por isso agora vou almoçar com um colega ali a um restaurante vegetariano/vegan que ele me quer mostrar.
sem pagar, claro, porque o dinheiro é como o metro: ora vem assim que é altura de vir, sem termos quase de esperar por ele, ora vem com “severe delays”, e nem sempre o conseguimos apanhar quando é (mesmo) preciso.....

oh, well...

“c’est la vie, c’est la guerre”, como dizia o outro....

era só mesmo para partilhar convosco (um)a minha manhã londrina.




(peço desculpa pela falta de imagens ilustrativas, mas o blogger hoje não está nada para aí virado. também deve ter acordado tarde........)

segunda-feira, setembro 25, 2006

" Le rêve est une construction de l'intelligence

à laquelle le constructeur assiste

sans savoir comment cela va finir. "

Cesare Pavese


terça-feira, setembro 19, 2006

(quase) sem comentarios.

o papa bento XVI, para quem milhões de pessoas em todo o mundo olham com respeito e admiração, saiu-se, questionando o conceito da guerra santa, com uma citação de um imperador bizantino do século XIV, que disse que Maomé só trouxe "maldade" e coisas "desumanas" ao mundo, "como sua ordem para disseminar pela espada a fé que ele pregava".

...


....


sr. papa:

em primeiro lugar, obrigada. era mesmo só do que precisavámos. um bocadinho mais de pressão na panela que já rebentou e há-de rebentar muitas mais vezes.

em segundo lugar,
sr. papa,
TENHA VERGONHA!!!! ja nos basta o arbusto enfezado lá das américas - não precisamos de mais gente tacanha e preconceituosa a governar opiniões e mundos.

por último, deixo-lhe aqui um desenho que me lembrou de si (porque acho que o senhor precisa lembrá-lo)
e que,
sinceramente,
não sei se espero que o ofenda ou não.



















.......

acho que sim. espero mesmo que sim. a si.
e não me admiro que sim.
espero que dê para perceber um pouco. pouco.
porque é nada - nada - como a ofensa, a dor, que o senhor causou.

tenha tino,
aprenda
e não repita a graça, se faz favor!

assinado: uma sua não-seguidora.



ps - sei que ja foi ha um tempinho, mas so agora tive eu esse outro tempinho para aqui vir. e sei que o homem está farto de pedir desculpas e se tentar justificar, mas
um homem na posição dele não pode ter estes "escorregões".

sexta-feira, setembro 15, 2006

furiosa tristeza.

" um cerco brutal que o mundo deve parar de ignorar


gaza está a ser estrangulada devagarinho. esta pequena faixa de terra nas margens este do mediterrâneo está sob cerco da força militar israelita desde há três meses.
(…)
desde que a única central de energia de gaza foi bombardeada em junho, a sua gente foi obrigada a sobreviver à luz de vela depois do anoitecer. os hospitais usam geradores eléctricos para manterem serviços essencias em funcionamento. os aquedutos foram destruidos, causando sérios problemas de abastecimento e aumentando o risco de doenças. pontes foram bombardeadas e "checkpoints" fechados. a nenhum palestiniano é permitido sair ou entrar daquela que se tornou, com efeito, uma prisao.
(…)
e no entanto, enquanto tudo isto se passa – o derramar do sangue, a fome, o colapso social – o mundo virou as costas. a comunidade internacional tem estado preocupada com o piorar da situação no iraque, afeganistão, ou com a guerra de israel com o líbano. só que enquanto o povo libanês pode fugir dos bombardeamentos israelitas, os habitants de gaza não têm essa liberdade.
(…)
temos de aceitar que o regresso dos militares israelitas a gaza tem menos a ver com parar os ataques com "rockets", conseguir a libertação de corporal shalit, ou mesmo remover o hamas, do que tem com o impôr de um castigo colectivo ao povo palestiniano, acreditando que é do melhor interesse de israel fazê-lo. não é. o interesse a longo prazo de israel está, como sempre esteve, num progresso a caminho de uma solução de dois estados. o prémio maior é a normalização das relações entre palestinos e israelitas. todos os dias ao povo de gaza é negada a sua dignidade – de cada vez que mais palestinianos forem mortos por "rockets" israelitas, tal acordo é empurrado para ainda mais longe. "


(in "the independent", 08.09.06)















a tristeza vem-me das mortes
das vidas (só de nome)
que nem consigo imaginar.

a fúria,
da impotência,
das mãos atadas,
do ver que quem as não tem
tem os olhos cegos de ganância,
uma qualquer gente que se esqueceu
along the way
do que é ser-se humano.

terça-feira, setembro 12, 2006

o jornalismo como ele deveria ser. sempre.

qualquer coisa como isto, ca, no "channel 4":

"todos falam da guerra ao terrorismo
mas ninguem olha para o conflito israel/palestina
para o perceber.
como um medico que, ao descobrir um cancro,
se esquece de olhar para a sua raiz
para descobrir a cura."

...

.....

e
a mim
doi-me muito
muito
a injustica.
mais que isso
o sofrimento
injusto
e injustificado.

e porque hoje
ao ler o jornal
me senti
como sinto
sempre
que leio as atrocidades que se passam
sem que ninguem as mencione
ja desde junho
(para falar das mais recentes)
na faixa de gaza

sim,
senti-me
furiosamente
- assim mesmo
furiosamente -
triste.


domingo, setembro 10, 2006

"special screening"














vi este filme na quinta-feira passada,
antes ainda da sua estreia nas salas inglesas...
a companhia onde trabalho agora fez parte da producao
e como tal...

nao achei, visualmente, um filme lindissimo.
nao sai de la com os olhos a brilhar de imagens
como num piano
ou num eternal sunshine of the spotless mind
ou num amelie
para mencionar so alguns
muito poucos.

mas o sentimento
o guiao
as interpretacoes
sao muito fortes.
esses
sim
ficaram.

para mim
basta isso
para tornar um filme inesquecivel.
muito mais do que
apenas
o ser bonito visualmente.
que o eh.
no sentido "cru" da coisa.
so nao inesquecivel.
para mim.

fez-me pensar
rir
e ter o raio da lagriminha
a querer dar o ar da sua graca.

isso
o tornara inesquecivel.

e as interpretacoes.
a helen mirren eh simplesmente brilhante.
uma verdadeira licao de representacao.
do conter a dose certa
mostrar o que se "pode" mostrar.
viver
ser
a personagem.

gostei mesmo muito.
e recomendo.
tanto aos que tem curiosidade para conhecer a (especulada) personalidade da rainha
como para aqueles que lembram bem o choque do 31.08.97
como para os que nao.
nada.
os que gostam so de ver
sentir
uma excelente "performance".

vao.



(mesmo se a segunda cena com o veado eh escusada...
a primeira eh bastante inteligente.)

domingo, setembro 03, 2006

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