sábado, junho 24, 2006

de assalto...

provei a escuridão da violência
perto.
soube a força guerreira, inalterável, amiga,
dentro.
como fora.
conheci mundos a que não chego.

...

e apesar de tudo
de assalto
não houve o medo.

porque a força de sermos um, ali.
















...


.


em 14 anos de bairro alto, nunca fui assaltada.
nunca tive medo.
nunca fui intimidada por ameaças.
"e se?...."...
nunca.
eu não.
nunca presenciei um assalto.
e nunca
nunca
niguém
tinha tentado fazer mal a um amigo
assim
à minha frente.


não sei se os instintos são perigosos.
para mim depende.
do ponto de vista
e da vista geral.
eu sigo os meus
porque os não penso
sequer.

e o que me magoa mais não são os (pouquíssimos) arranhões que ficaram
ou o sujo do chão da rua em mim.

o que me dói mesmo
mesmo
são os olhos que olhei,
o dentro que não soube tocar,
que se escondia num longe
tão longe
que não vi caminho até ele.

e eu perguntava
"porquê?..."
e eles davam-me só o silêncio
a violência contra quem amo como a um irmão
a força sobre mim que me impediu tudo
e o quase vazio do olhar
aquele ser-se vivo de forma tão estrangeira a mim
como resposta.

e doeu-me o ataque
estúpido
a quem é dentro em mim.

e não percebo.
e confude-me.
e sinto-me ingénua
quase criança
perante a maldade do mundo
assim presente
tão perto.


mas.
by you.
sempre.

por isso no fim
no fim
sorri
até.
de amor.
pela beleza de nós.


por maior a tristeza
o vazio
da impotência doída.
















...

6 comentários:

InêsN disse...

?

:o(

JoaoN disse...

Eu e o Miguel fomos assaltados na rampa do Valsassina. O meu carro também foi assaltado em Madrid. Fora isso, só presenciei assaltos a terceiros (se descontarmos o do "Zarolho" a casa da Mãe) - e não é mais "agradável"... :-(

xxx

Rita Coelho disse...

Estás bem amiga? Quem ousou tal coisa?!

Um abraço apertado, sem palavras

Anónimo disse...

Mas estás bem?... Magoaram-te?
Beijinhos grandes.

Anónimo disse...

Isso foi em Lisboa ou já em Londres? E estás bem?

Ficamos sempre a sentirmo-nos fracos, claro - aqui roubaram-me o jantar (!!!) uma noite, dois parvos. E o relógio e o fio de prata que a Avó me tinha dado, ao pé do Valssassina (há muitos anos atrás) - os dois assaltos com alguma violência.

A única resposta é sermos fortes, conseguir levantar a moral. Não é fácil...

.Mischa

Anónimo disse...

Não preciso perguntar como estás pq felizmente logo a seguir estivemos juntos a beber e a falar aqui em casa (a Mariana ficou KO ;-D) e no dia seguinte houve a festa da Celinha q também foi animada! Da minha parte para além de lamentar o q se passou tenho muita pena tb de nao ter fodido as trombas a algum dos assaltantes! Claro q isso dps poderia dar em mais problemas ainda, mas a última vez q me lembro de dar um soco em alguem foi qd tinha 7 anos ao meu irmão mais velho, e mesmo disso ja não me lembro muito bem. Francamente estou com algumas saudades... Mais do q isso, acho q precisava mesmo de mandar um soco em alguém!

Mas não te assustes Ana, bem sabes q não sou pro violência, nem estou a pensar entrar em guerra com o resto do mundo. A Guerra que já existe é interior.

Beijos do teu sempre Amigo

Herberto


P.S. Já agora, ainda sobre a Violência e a Agressividade ficam aqui dois filmes q recomendo:

The End Of Violence (1997) de Wim Wenders

A History Of Violence (2005) de David Cronenberg