sábado, outubro 06, 2007

ondas (d)e marulhos na escrita de mim









tenho um caderno, ainda, hei-de ter sempre, onde escrevo quando me inundam tanto os sentires que não posso segurá-los dentro,
e assim os (re)vivo na escrita, como quem liberta fantasmas, sacode a dor dos ombros, recebe em si mesma sons e silêncios de vida.



às vezes sem caderno ou papel,
sem caneta ou,
noto um escrever constante.
- escreve-se sempre
dentro de mim.


..


são muitas as noites, às vezes tardes, em que me sento a esta mesa,
puxada pelas palavras desse caderno ou por outros

mesmos
sentires ainda não escritos
e aqui deposito o que me vai dentro,
às vezes de forma tão violenta que me sangram quase os dedos,
outras tão de mansinho que podia chorar.
como se,
como num,
como no
nu
caderno.


escrevo neste espaço como quem se senta em frente ao mar e lhe oferece o sentir,
lhe dá o choro a ouvir,
se ri,
sorri,
a medo,
de vida
com ele.


leio as ondas que me chegam à praia como quem colhe conchas,
uma a uma,
devagar,
lágrimas como_vidas no rosto e nas mãos,
abismada pelas tantas cores em que lhe adivinham e reforçam vontades,
suspiram dizeres escondidos,
relembram segredos de vida.


.




por isso te agradeço,
a ti,
por tudo o que disseste e me fizeste sentir.


e por isto...







“é um prémio especial para mulheres que, na sua escrita, mostram uma preocupação pelo mundo à sua volta e ainda conseguem dar um pouco de si e dos seus sentimentos e com isso tornar mais leve a vida dos outros.
este prémio foi feito para mulheres, mães e profissionais que espalham a palavra de uma forma emotiva e cativante.
que nos falam da guerra mas também do amor”.




porque escrever é só o que mais dentro sou,
muito mais
às
tantas
vezes
do que o que falo,
digo,
mostro
- e está em ti a leveza das palavras que lês.

por me mostrares, também tu, a partilha,
essa benção que descubro dentro
e me faz descobrir tudo o que.





me descobre, segura.




...




a todos vocês
que aqui vêm,
me tornam leve,
e a mim mesma devolvem em ondas de palavras,
quando o escuro e a dor lutam por roubar-me à escrita,
o meu
tanto
obrigada.

9 comentários:

Natureza disse...

é um prémio merecido! as tuas palavras são lindas, não, não são as tuas palavras, é o uso que fazes delas, a conjugação de uma com a outra!

Anónimo disse...

tb concordo c a atribuição do prémio. as tuas palavras têm sido altamente inspiradoras para mim nestes momentos q tenho vivido.

ando há q tempos p arranjar um caderninho e fazer cm tu fazes, embora n tenha metade do talento..mas o q interessa é a intenção :)

Anónimo disse...

...

[inserir aqui um daqueles bonequinhos que ainda não tive coragem de roubar! ; )]

:) ... :)

...

bettips disse...

Caderno bonito, sentido poético. Palavras de ponte que deves aproveitar. (Em Outubro há que anos, eu via Londres e sonhava sempre com o mar daqui. Depois, aqui, passei a sonhar com Londres...).
Obrigada pelo poema e vive o teu tempo jovem. Que ele seja pleno e proveitoso. Bj

un dress disse...

tu escreves

tu in.s.creves


i thank you!!! :)





abraÇo.beijO

un dress disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
melena disse...

muito

joaninha disse...

um premio mais que merecido para um blog incrivelmente fantastico
:)

parabens!

beijinhos**

Ruela disse...

bela Escrita ;)
parabéns nana.
kisssssss