do nada: a última dor
" mar adentro, mar adentro,
y en la ingravidez del fondo
donde se cumplen los sueños,
se juntan dos voluntades
para cumplir un deseo.
un beso enciende la vida
con un relámpago y un trueno,
y en una metamorfosis
mi cuerpo no es ya mi cuerpo;
es como penetrar al centro del universo:
el abrazo más pueril,
y el más puro de los besos,
hasta vernos reducidos
en un único deseo:
tu mirada y mi mirada
como un eco repitiendo, sin palabras:
¡más adentro, más adentro!,
hasta el más allá del todo
por la sangre y por los huesos.
pero me despierto siempre
y siempre quiero estar muerto
para seguir con mi boca
enredada en tus cabellos "
(ramón sampedro, por javier bardem)
....
na morte de um (este) amor,
lembro a beleza toda que um dia.
como quem dorme, sonha, ainda.
e acorda de dor e espera,
em olhos por ti abertos.
" peço-vos perdão, o mais humildemente possível,
não por vos deixar
mas por ter ficado tanto tempo. "
(marguerite yourcenar)
....
pela teimosia do cuidar,
sempre.
do lutar contra tudo,
lutar por nós,
quando nós éramos
afinal
só eu.
" Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Escribir, por ejemplo: "La noche está estrellada,
y tiritan, azules, los astros, a lo lejos."
El viento de la noche gira en el cielo y canta.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Yo la quise, y a veces ella también me quiso.
En las noches como esta la tuve entre mis brazos.
La besé tantas veces bajo el cielo infinito.
Ella me quiso, a veces yo también la quería.
Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Pensar que no la tengo. Sentir que la he perdido.
Oir la noche inmensa, más inmensa sin ella.
Y el verso cae al alma como al pasto el rocío.
Qué importa que mi amor no pudiera guardarla.
La noche esta estrellada y ella no está conmigo.
Eso es todo. A lo lejos alguien canta. A lo lejos.
Mi alma no se contenta con haberla perdido.
Como para acercarla mi mirada la busca.
Mi corazón la busca, y ella no está conmigo.
La misma noche que hace blanquear los mismos árboles.
Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.
Ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise.
Mi voz buscaba el viento para tocar su oído.
De otro. Será de otro. Como antes de mis besos.
Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos.
Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.
Porque en noches como esta la tuve entre mis brazos,
mi alma no se contenta con haberla perdido.
Aunque este sea el ultimo dolor que ella me causa,
y estos sean los ultimos versos que yo le escribo. "
(pablo neruda)
quero que saibas, agora, em ti, agora que nada mais, que te amei como nunca, antes ou depois.
amei-te como quem é eterno, como quem tem uma só vida, e essa só vida entrega, partilha, vive, funde no que ama.
amei-te por entre os dedos das vozes que nos viram amar, os ventos testemunhas de um amor eterno como o silêncio.
que se quebra, afinal.
amei-te para além de mim, de ti, de nós.
para além da mentira.
amei-te na vida, no sonho, na côr;
fui, quis ser, teu porto de abrigo. teu alívio, eu. tua força. tua paz.
mas afinal.
...
e quero que saibas que te amarei sempre,
para sempre,
mas não mais to direi.
não mais.
e aos poucos também eu esquecerei tudo o que um dia,
e contigo esvaziarei as memórias do nosso futuro,
secarei o amor líquido que me corre ainda nas veias
com a certeza gelada do querer que me já não tens.
andarei pelo mundo sem sonho por companhia,
a noite tão longe da lua,
porque ninguém mais, ninguém mais dormirá na minha sombra.
.
depois, depois de tudo esquecer,
depois de aprender a viver
sem dia ou mar para saber-te feliz,
te amenizar a dor,
amaciar tuas feridas,
lamber tuas asas,
fundir-me contigo na areia de nossos lençóis,
ser água contigo,
ser eterna mesmo com a morte a rondar-nos a vida,
depois os meus olhos serão só meus,
como te são os teus, já.
de com quem os fechas,
em paz e em ti.
também eu te não procurarei.
também eu viverei como se nada,
nós,
nunca
nada.
e hei-de,
como tu,
ser feliz.
hei-de ter amor de toque,
novamente.
mesmo se não.
e não voltarei a ser amor de palavra,
sem a vida.
não voltarei a viver amor
de dor
assim.
...
(eterno
sempre
este querer muito,
querer mesmo,
querer
só
que sejas muito
e tão
feliz.
com tudo o que te é paz
força
alívio
em doce cativar.
dentro.)
(imagens de sascha hüttenhain e haleh bryan)
18 comentários:
quando nós éramos
afinal
só eu
Dizem tudo esta palavrinhas... =(
Incomentável.
Um beijo.
eu n sei o q dizer... cada vez q aqui venho é um arrebatamento, e com sinceridade digo que essas palavras podiam ser as minhas tb de tão reais para mim.
mas já consegui ler isto sem chorar.
acho q estou a fazer progressos :)
Es tan corto el amor
y tan largo el olvido
fácil dizer que a escolha existe, agora que nada mais, essa só vida adentro
amar para além da mentira é amar para além do amor, amar de dor assim "os aneis do teu cabelo"
esquerecerás tudo o que um dia
esteve nas memórias do futuro, nas memórias de quem te já não tem
[te terá sempre]
Ninguém dormiu na tua sombra, a cada um as suas asas, mesmo se depois o amor não
Cannot find peace by avoiding life.
Stella
Peço desculpa mas gostaria de rectificar algo no meu comentário:
"Nunca esquecerás tudo o que um dia esteve nas memórias do futuro"
A verdade é que não há antídoto!
(mas o teu pensamento esteve muito correcto, obrigada)
Stella
ah sim te digo: voltarás!!
repito. à essência.
a que desconheces ainda
...
*
abraÇo.beijO
nunca a dor é a última
mas sim, por vezes há
pausas.
*
simples sopros
inspiro
expiro
e sinto-TE
muito belo o teu espa�o. Ganho asas qaundo estou em s�tios assim.
Um beijo
Simplesmente belo!
de uma beleza desconcertante.
Gosto muito, o meu farol ganha mais luz, neste espaço entre o atlântico.
:)
Descansa o teu coração, dá-lhe tempo, dá-lhe espaço para depois poder voltar a amar...
...
...como se nunca fosse doer...
...
e hei-de,
como tu,
ser feliz.
só podes ser.
bjs.
Adorei a frase da marguerite yourcenar....
e identifiquei me 1 pco com algumas das tuas palavras....
*beijinhos*
Há um miminhos à tua espera no meu cantinho.
Bom fds =)***
sobreVoar a dor...
e pousAr livre
*
*
*
Focar o devaneio...da irresistível palavra que paira no ar...
Olá nana,
Venho retribuir-te a visita e dizer-te que gostei muito dos teus blogues. Farei um link, se não te importares. Um beijo e bom fim de semana.
Belos poemas, versos, mais uma vez fortes, profundos. Custa tanto o amor, o fim dele! Mas qualquer dia vem uma nova onda e leva a dor para bem longe! :) beijinhos e bom fds!
... de Bardem, Yourcenar e Neruda (como que a ganhar fôlego) até ao poema "do amor que não", vai um longo espaço de preparação para a leitura -não sei se propositado ou não. Se sim, parece-me ser sinal de que o tal "amor de dor" tem grandes hipóteses de voltar a ser vivido, pois por espaços tão abertos, é bem natural que alguém aguarde por um momento de distração.
Mas isto são meras especulações não pessoais e de relativa importância, que o que conta mesmo é a leitura de uma escrita muito interessante.
óptima semana!
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