quinta-feira, agosto 31, 2006
quarta-feira, agosto 30, 2006
a verdade a mim.
segunda-feira, agosto 28, 2006
sexta-feira, agosto 25, 2006
quinta-feira, agosto 24, 2006
terça-feira, agosto 22, 2006
limbo - II
esta noite
as quatro crianças
abrem os olhos
no escuro
e dão-se as mãos
confusas
de dúvida
e esperança.
segunda-feira, agosto 21, 2006
lorca.
(dois dias depois dos
70 anos
do lamentável
inaceitável
e imperdoável.
que ainda dói.)
" Túmulo de Lorca
Em ti choramos os outros mortos todos
Os que foram fuzilados em vigílias sem data
Os que se perdem sem nome na sombra das cadeias
Tão ignorados que nem sequer podemos
Perguntar por eles imaginar seu rosto
Choramos sem consolação aqueles que sucumbem
Entre os cornos da raiva sob o peso da força
Não podemos aceitar. O teu sangue não seca
Não repousamos em paz na tua morte
A hora da tua morte continua próxima e veemente
E a terra onde abriram a tua sepultura
É semelhante à ferida que não fecha
O teu sangue não encontrou nem foz nem saída
De Norte a Sul de Leste a Oeste
Estamos vivendo afogados no teu sangue
A lisa cal de cada muro branco
Escreve que tu foste assassinado
Não podemos aceitar. O processo não cessa
Pois nem tu foste poupado à patada da besta
A noite não pode beber nossa tristeza
E por mais que te escondam não ficas sepultado "
(sophia)
domingo, agosto 20, 2006
sexta-feira, agosto 18, 2006
quinta-feira, agosto 17, 2006
quarta-feira, agosto 16, 2006
ELis reginA
ao meu ouvido.
a lembrar-me.
lembro-vos
também:
" Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me dio dos luceros que, cuando los abro,
perfecto distingo lo negro del blanco,
y en el alto cielo su fondo estrellado
y en las multitudes el hombre que yo amo.
Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado el oído que, en todo su ancho,
graba noche y día grillos y canarios;
martillos, turbinas, ladridos, chubascos,
y la voz tan tierna de mi bien amado.
Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado el sonido y el abecedario,
con él las palabras que pienso y declaro:
madre, amigo, hermano, y luz alumbrando
la ruta del alma del que estoy amando.
Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado la marcha de mis pies cansados;
con ellos anduve ciudades y charcos,
playas y desiertos, montañas y llanos,
y la casa tuya, tu calle y tu patio.
Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me dio el corazón que agita su marco
cuando miro el fruto del cerebro humano;
cuando miro el bueno tan lejos del malo,
cuando miro el fondo de tus ojos claros.
Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto.
Así yo distingo dicha de quebranto,
los dos materiales que forman mi canto,
y el canto de ustedes que es el mismo canto
y el canto de todos, que es mi propio canto. "
(violeta parra)
...
..
e sei-me
eu.
terça-feira, agosto 15, 2006
carta a uma cidade.
minha querida londres,
escrevo-te
chegada de viagem
duma terra
onde
o sol brilha
dentro
e o mar
se abraça.
vim dizer-te que acho que
afinal
até tive saudades tuas.
mais do que pensei.
ou me aconchegas
mais do que sei.
sinto-me numa outra casa
quase que por ti recebida
quando revisito
quem és.
quando cumprimento
tantas outras visões
que me enchem
também
de mim.
.
e quero pedir-te desculpa.
porque enquanto estive fora te pensei só como uma cidade fria e feia.
não a cidade desses
teus
encantos.
não a cidade onde encontro a minha terra
nas lojas...
nos restaurantes...
e ouço falar a minha língua
(com e sem sotaque “sexy”...)
um pouco em tanto lado.
não a cidade
em que há tantos espaços verdes
e tão grandes
que nos esquecemos
mesmo
de onde estamos.
não a cidade
de mil nacionalidades
livres
e juntas.
e quero dizer-te que me lembrei
lembrei
por que cá estou.
e que
mesmo
com e sem
perigos
sustos
ameaças de desumanidade
a que respondes
como sabes
e podes
eu sei
sei
que não chegou
ainda
a hora de te deixar.
segunda-feira, agosto 14, 2006
na minha terra...
" Eu nao tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tao vazios,
Nem o labio amargo. "
(cecilia meireles)