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segunda-feira, outubro 20, 2008

"ad astra"







assim me chamas de minha concha...









assim me trazes às palavras,
com este presente de tanto
nas asas do sentir,

em que


"se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc., que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à web.

quem recebe o “prémio dardos” e o aceita deve seguir algumas regras:


1. - exibir a distinta imagem;

2. - linkar o blog pelo qual recebeu o prémio;

3. - escolher quinze outros blogs a que entregar o prémio dardos. "





pelo tanto de sentir que me sempre trazem,

o meu obrigada a:


- 8ª edição

- a clareira

- a menina dos olhos de água

- casa de maio

- digit@l pixel

- linha de cabotagem

- lupanar do pensamento

- o farol no vento do norte

- olhares em tons de maresia

- ortografia do olhar

- pequenos nadas

- passages

- stella nijinsky

- tufa tau

- vida de vidro







porque muito
e dentro
há tanto
de tempo.





...









sexta-feira, março 28, 2008

da imobilidade: "on hold"

(in physical pain)




não me mexo.


a mim própria pus aqui, assim a mim deitei
e agora não consigo retomada a força para voltar.
para fazer frente ao risco imprevisivel e gritante da dor física,
e voltar.


condenada pelo corpo, liberta pela mente, mantenho-me aqui, sem ousar mexer um sopro sequer.


dói(-me).


mesmo.




a parede que olho obrigada é vazia.

o medo, agora, também.

como o é, no fundo, esta dor que me passeia as costas.


por isso sorrio.


fecho os olhos e sorrio.

para que mais sorrisos a este se sigam.
para que se mantenha.
me mantenha.
em verdade.
por mais o que é físico e.


olho à volta, dentro:
esta é a minha casa.
a minha vida.
que construo, eu.
eu.
agora.


o corpo aperta
a saudade dói
mas ainda assim,
ainda assim,
neste momento,
a cada momento,
sentir o que me é força dentro,
o tudo que - lembram-me - construí,
o tudo que sou, tenho, quero, faço,
- o coração a bater diferente mas a bater, ainda assim, a respirar a medo, ainda, mas -,
e dizer
sentir
dizer
eu


- neste momento

este de agora

agora

em que estou,


aceito

e quero



estar

ser

aqui

assim

imobilizada

quieta

presa em mim

livre em mim

a aprender

a viver(-me).

quinta-feira, novembro 15, 2007

manhã de acordar






(while you were gone, de haleh bryan)












ele deitou o seu corpo com o meu.

na calma de quem não possui,
engolimos a noite e o mundo
e sob a manhã acordámos o toque do que se não sabe em nós.


olhou-me perto,
viu-me em presença
e deu-me os olhos a sorrir.

descobriu-me dentro
descobriu-me em vida
e
sem mais nada
por mim se aventurou na solidão da não-paz em que me escondia
ainda
o fantasma egoista
de um falsificado,
abandonado,
amordaçado
amor.
















que sei

agora

que não.




















...























o meu corpo
hoje
voltou a meus braços.











(between us, de haleh bryan)



















...








( " you'll be given love
you'll be taken care of
you'll be given love
you have to trust it

maybe not from the sources
you have poured yours
maybe not from the directions
you are staring at

trust your head around
it's all around you
all is full of love
all around you

all is full of love
you just aint receiving
all is full of love
your phone is off the hook
all is full of love
your doors are all shut
all is full of love

all is full of love
all is full of love
all is full of love
all is full of love
all is full of love " )

sexta-feira, maio 12, 2006

do meu corpo.












sempre pensei no meu corpo como algo de completamente exterior ao que sou. literalmente.
o que penso é uma coisa, o que pareço outra.
o que sou é o que fiz de mim, o que exibo o que de mim foi feito.
a cabeça e o coração são de mim, o resto foi-me simplesmente "atribuido".

sim, sempre acreditei nessa tal "insustentável leveza do ser"...
insustentável.


até mudar.


até saber que sou dona de mim
e
do meu corpo.

.


estranhamente, era nisto que pensava enquanto fazia a minha primeira sessão de fisioterapia terça de manhã (para quem não sabe, fracturei um osso do tornozelo há pouco mais de um mês).















...

neste país muita gente se queixa dos impostos serem altos.
são, é um facto.
eu não me queixo muito. por mais que me queixe.
porque as diferenças...
digo-lhes apenas "pelo menos a vossa saúde é à séria (mas acreditem que há excepções!!!) e de graça. em portugal os impostos também são (proporcionalmente... e não!) altos, mas até uma ida ao hospital se paga (normamente os bifes ficam de boca aberta com esta... saúde pública paga?... pois é, camone, "welcome to the portuguese world"... e não queiras ir ao verdadeiro espaço físico de uma ala de urgência num hospital português, ou és capaz de te passar da tola... só eu sei o quanto me choca a mim, e sou portuguesa... :o( ... )".

aqui, bom, a seguir à primeira consulta (de graça) no hospital, com uma médica, quando me enfaixaram o dito pé e me deram as belas canadianas para andar, tive outra consulta (de graça) uma semana depois, já com um fisioterapeuta, para ver como é que o gajo estava e se estava tudo bem com os tendões.

pouco tempo depois, nova consulta (guess what?... claro, de graça!!!), com o mesmo fisioterapeuta, para um "re-check" e para ver o que é que era preciso fazer para ele voltar ao normal, que tipo de fisioterapia, agora que o dito tornozelo já aguenta um bocadinho: é tempo de o re-ensinar a andar, a ter equilíbrio, a ter confiança.
como um bebé, quase...














vá de marcar fisioterapia. 6 semanas, uma vez por semana. sim, tudo, TUDO de graça.

em portugal quando rachei o polegar tive de pagar €2 e qualquer coisa da primeira consulta... e nunca tive niguém a analisar como é que o meu polegar ficou depois disso, se re-aprendeu todos os movimentos ou não. tira-se o gesso e 'tá curada. mas não sem antes pagar um bocadinho mais, pelo tirar do gesso...

...

não gosto quando chego a portugal e alguns dos emigrantes que vão no avião comigo começam a mal-dizer o meu querido país, e a dizer coisas como "bem se vê que já chegámos a portugal!". irrita-me solenemente, mesmo. dá vontade de dizer "então para que é que vieste???".....
mas o que é certo é que, em termos de saúde público, sinto-me muito mais "looked after" aqui do que aí.
e isso entristece-me.
muito.


mas adiante.

a fisioterapia.














depois de breve explicação dos exercícios e por que é que eles são necessários, 1 horinha dos ditos...
















10 minutos de bicicleta...
















equilibrar-me num pé e no outro, alternadamente.
parecia bêbeda, quando me equilibrava no pé esquerdo...
'tadinho, "got a long way to go"...




















manter o equilíbrio para não deixar a tábua tocar no chão.
er....
















mais exercícios de equilíbrio, desta vez nas escadas.
















para terminar, mais 10 minutos de bicla...














até ao fim.



...

senti-me bem.
quase como uma atleta.
quase determinada a ajudar o meu tornozelo, agora que o meu corpo é parte do que sou, de quem sou.
confesso que o facto de andar a ler o livro do lance armstrong, principalmente dado que estava no capítulo em que o rapaz andava a dar tudo por tudo para vencer a "tour de france", me fez aplicar-me ainda mais.

...


"a mind is a terrible thing to waste".
...
sempre gostei desta frase.

com os últimos acontecimentos
mais o livro do lance
e a sua atitude
e a de tantos outros
que admiro
sem que o saibam
concluo
quase 30 anos depois
do começo

"so is a body".