quinta-feira, abril 27, 2006

História de Portugal

" Tudo começou com um tal Henriques que não se dava bem com a mãe e acabou por se vingar na pandilha de mauritanos que vivia do outro lado do Tejo. Para piorar ainda mais as coisas, decidiu casar com uma espanhola qualquer e não teve muito tempo para lhe desfrutar do salero porque a tipa apanhou uma camada de peste negra e morreu. Pouco tempo depois, o fulano, que por acaso era rei, bateu também a bota e foi desta para melhor.

Para a coisa não ficar completamente entregue à bicharada, apareceu um tal João que, ajudado por um amigo de longa data que era afoito para a porrada, conseguiu pôr os espanhóis a enformar pão e ainda arranjou uns trocos para comprar uns barcos ao filho que era dado aos desportos náuticos. De tal maneira que decidiu pôr os barcos a render e inaugurou o primeiro cruzeiro marítimo entre Lisboa e o Japão com escalas no Funchal, Salvador, Luanda, Maputo, Ormuz, Calecut, Malaca, Timor e Macau. Quando a coisa deu para o torto, ficou nas lonas só com um pacote de pimenta para recordação e resolveu ir afogar as mágoas, provocando a malta de Alcácer-Quibir para uma cena de estalo.

Felizmente, tinha um primo, o Filipe, que não se importou de tomar conta do estaminé até chegar outro João que enriqueceu com o pilim que uma tia lhe mandava do Brasil e acabou por gastar tudo em conventos e aquedutos.

Com conventos a mais e dinheiro menos, as coisas lá se iam aguentando até começar tudo a abanar numa manhã de Novembro. Muita coisa se partiu. Mas sem gravidade porque, passado pouco tempo, já estava tudo arranjado outra vez, graças a um mânfio chamado Sebastião que tinha jeito para o bricolage e não era mau tipo apesar das perucas um bocado amaricadas.

Foi por essa altura que o Napoleão bateu à porta a perguntar se o Pedro podia vir brincar e o irmão mais novo, o Miguel, teve uma crise de ciúmes e tratou de armar confusão que só acabou quando levou um valente puxão de orelhas do mano que já ia a caminho do Brasil para tratar de uns negócios.

A malta começou a votar mas as coisas não melhoraram grande coisa e foi por isso que um Carlos anafado levou um tiro nos coiratos quando passeava de carroça pelo Terreiro do Paço. O pessoal assustou-se com o barulho e escondeu-se num buraco na Flandres onde continuaram a ouvir tiros mas apontados a eles e disparados por alemães.

Ao intervalo já perdiam por muitos, mas o desafio não chegou ao fim porque uma tipa vestida de branco apareceu a flutuar por cima de uma azinheira e três pastores deram primeiro em doidos, depois em mortos e mais tarde em beatos.

Se não fosse por um velhote das Beiras, a confusão tinha continuado mas, felizmente, não continuou e Angola continuava a ser nossa mesmo que andassem para aí a espalhar boatos.

Comunistas dum camandro! Tanto insistiram que o velhote se mandou do cadeirão abaixo e houve rebaldaria tamanha que foi preciso pôr um chaimite e um molho cravos em cima do assunto.

Depois parece que houve um Mário qualquer que assinou um papel que nos pôs na Europa e ainda teve tempo para transformar uma lixeira numa exposição mundial e mamar duas secas da Grécia na final.

E o Cavaco?

O Cavaco foi com o Pai Natal e o palhaço no combóio ao circo."

quarta-feira, abril 26, 2006

SEMPRE.

segunda-feira, abril 24, 2006

o meu tudo

são os outros.

nós.


















assim mesmo...

vocês.

em mim.

:,o)

...

quinta-feira, abril 20, 2006

a proximidade

cultiva-se

cativa-se

vive-se.


como

com

o dia

amanhã.

sábado, abril 15, 2006

you may say i'm a dreamer...

"to believe in the face of utter hopelessness, every article of evidence to the contrary, to ignore apparent catastrophe - what other choice was there? (...) to believe, when all along we humans know that nothing can cure the briefness of this life, that there is no remedy for our basic mortality, that is a form of bravery.
(...)
without belief, we would be left with nothing but an overwhelming doom, every single day. and it will beat you.
(...)
so, i believed."

(lance armstrong, it's not about the bike - my journey back to life)


...


pensei primeiro que era
podia ser
o medo que me fazia acreditar.
mas sei
sei agora
que é coragem o que sinto.
como se fosse comigo.
personifico a doença
como se pudesse falar-lhe
até.
luto.
como se fosse eu quem pudesse lutar.

sei que nem todos se salvam.
as pessoas morrem.
as pessoas morrem assim.
mas eu
acredito.
tenho medo de acreditar
mas
acredito.
com coragem, quase.
por mais que.

acredito.
porque não sei outra maneira.
porque não se desiste
à primeira
de batalhas a sério.
porque o impossível
é possível
nós é que somos
demasiado
humanos
para o saber.
porque este
amor imenso
que eu não sabia encher-me
me deu a raiva
que não maligna
para lutar
como uma leoa
luta
pela sua cria.

eu
cria.

eu
queria.
quero.
acredito.


eu
acredito
no hoje.

e sei que depois
logo depois
chega
vem
nasce
o amanhã.

e acredito.

domingo, abril 09, 2006

diário.

muito estranha, esta época da minha vida...

profissionalmente estou melhor do que alguma vez estive. os meus patrões (as minhas patroas, neste caso) confiam em mim. muito. gostam do meu trabalho. muito. gostam de mim, até. muito.
para a semana vou três dias para fora de londres, para o norte, filmar. pesquisei a informação, falei com os fãs, e agora, quase que como uma recompensa (que já tinha tido, dado que me vão dar um crédito maior do que aquele pelo qual me contrataram), sou eu quem vai filmá-los. sozinha. talvez com um "runner" da companhia, também, por razões de segurança.

traz-me paz, esta confiança.
delas. nelas.
e em mim.
:o)














...

pessoalmente...
pessoalmente sinto-me muito, muito próxima da minha família toda. sinto-os próximos de mim. em mim. sinto-me próxima deles. neles.

sei que alguns amigos deverão estar sentidos
muito
magoados
comigo. com o silêncio, a ausência.
...
porque não sabem.

e eu.
eu também
não sei.
mas acredito.
um dia de cada vez.
acredito.
porque
o futuro
é já
é só
o amanhã.